Orçada em R$ 100 mi, reforma do Museu do Ipiranga tem 3,2% da verba
Ambos mantêm um acervo histórico de valor incalculável e são mantidos por universidades -no caso do museu carioca, pela UFRJ; no paulistano, pela USP
© Francisco Emolo/Jornal da USP
Cultura Preocupação
O incêndio que devastou o Museu Nacional, no Rio, chama atenção para a situação de outra instituição cuja reforma já se arrasta há cinco anos e que também está em risco: o Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga.
Ambos mantêm um acervo histórico de valor incalculável e são mantidos por universidades -no caso do museu carioca, pela UFRJ; no paulistano, pela USP.
O Ipiranga está fechado desde 2013, quando um laudo apontou risco iminente de desabamento do forro e o levou a ser interditado. Algumas das peças do museu -mais de 450 mil obras- foram transferidas para várias unidades; outras, incluindo a famosa tela "Independência ou Morte", de Pedro América, continuam ali, mas estão protegidas.
A previsão é que o museu reabra em 2022, no bicentenário da independência do país, ao cabo de uma reforma que deve orbitar em torno de R$ 100 milhões, a serem pagos por recursos públicos e privados.
Desse valor, o restauro conta em caixa com R$ 3,2 milhões, ou cerca de 3,2% do total, incluindo patrocínio direto e aportes via Lei Rouanet, segundo Solange Ferraz de Lima, diretora da instituição paulista. O projeto ainda está em captação de mais recursos.
Ela afirma, por email, que um caso como o incêndio no Rio pode "concorrer para ampliar a rede de esforços por parte da sociedade civil e esferas públicas para estruturar políticas efetivas e perenes de salvaguarda do patrimônio nacional".
A diretora não explicita, contudo, que tipo de mudança pode ocorrer na reforma tendo em vista o precedente com o Museu Nacional. "Estamos atentos a esses pontos, especialmente neste momento de transferência dos acervos para que o edifício-monumento fique inteiramente livre para as obras."
O orçamento anual do museu paulistano é da casa de R$ 10 milhões -o do carioca é de R$ 520 mil, não repassados desde 2014.
A Fusp (Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo) é a responsável por gerir a execução dos recursos da reforma no Ipiranga. Quem desenvolve a parte arquitetônica é o escritório paulistano H+F, que já desenvolveu o projeto executivo. A obra em si deve começar no início de 2019. Com informações da Folhapress.