'Todo mundo é bem-vindo, menos os agressivos', diz Fernanda Abreu
Cantora chega a São Paulo com versão turbinada do espetáculo 'Amor Geral' cheia de convidados neste sábado (20)
© Stringer . / Reuters
Cultura Show
Fernanda Abreu já mostrou em São Paulo o show do álbum "Amor Geral", e agradou. Agora chega a vez de uma versão turbinada do espetáculo, em festa cheia de convidados neste sábado (20), na Audio, na zona oeste da capital paulista.
Lançado após uma década de afastamento dos estúdios, o disco veio forte, com conexões diretas com o início da carreira solo da cantora carioca, nos anos 1990. Numa época em que álbuns parecem não causar mais grande repercussão, o sucesso de "Amor Geral" surpreendeu até a própria Fernanda. A Ellus fez uma campanha adotando a marca Amor Geral.
"O disco foi muito bem recebido pela crítica e pelo público, entrou nas listas dos melhores do ano passado", diz Fernanda à reportagem. Ela acredita ter conseguido uma coesão entre o repertório do álbum e as músicas que escolheu para completar o show.
"A gente não vive num mercado muito bom de show, principalmente de rock, mas estamos conseguindo fazer em lugares bacanas. Ainda estou batalhando para fazer Nordeste. Só fiz Salvador, mas quero Recife, Natal, Fortaleza, a galera pede muito. E Curitiba, onde as pessoas adoram e eu não consegui voltar ainda."
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Nesta parada em São Paulo, a lista de participações no show-festa é extensa. Fernanda abre a noite como uma MC, apresentando o que chama de "Pílulas de Amor", que são performances rápidas de dança com a paulista Pam de Brito e os cariocas Sheick & Negueba.
"São dois meninos do Passinho, das favelas do Rio. Participei como jurada na seleção daquele Dream Team do Passinho. Dali saiu muita gente boa das comunidades. Depois vem a Silvia Machete, uma cantora maravilhosa, que vai fazer um número mais circense e bem-humorado'', conta Fernanda.
Em seguida, o show da cantora. O repertório habitual da turnê será expandido com a entrada de convidados para fazer várias músicas com ela: o rapper paulistano Rappin' Hood, o trio carioca queer Não Recomendados e o cantor paraense Jaloo. "Eu quis muito promover o encontro do hip hop de São Paulo com um som mais indie."
Ainda no show de Fernanda, o americano Afrika Bambaataa vai subir ao palco. Ele gravou com ela a música "Tambor", um dos muitos sucessos de "Amor Geral". Lenda viva do hip-hop americano, ele volta depois para mostrar seu set de DJ, uma atração imperdível para fãs do gênero.
Com os DJs Tubarão SP e André Rockmaster, a festa deve avançar pela madrugada.
"Todo mundo é bem-vindo, menos os violentos e os agressivos. Esses podem ficar do lado de fora. O resto pode entrar, dançar, debater, conversar. O que não está autorizada é a barbárie", diz Fernanda, que revela preocupação com o futuro político do país.
"Um amor geral pode ser um antídoto para o que está acontecendo. Esse disco, essa marca, tenho certeza que é algo positivo e atual. Fui na passeata do #EleNão em São Paulo e várias pessoas estavam com a camiseta Amor Geral."
"Eu não concordo em nada com o Bolsonaro, mas tenho zero raiva de quem vota nele. Não fui criada para nutrir esse tipo de sentimento, tenho tolerância para ouvir gente de direita, para ouvir gente irracional. O meu pai vai votar no Bolsonaro! Nem tenho como ficar com raiva do meu pai."
FERNANDA ABREU - FESTA AMOR GERAL
Quando: sábado (20), às 22h
Onde: Audio, av. Francisco Matarazzo, 694, Barra Funda, São Paulo, tel. (11) 3862-8279
Quanto: de R$ 40 a R$ 100
Com informações da Folhapress.