Em SP, bailes de salão são alternativa aos bloquinhos de rua
Em alguns casos, são matinês (bailes infantis), com acesso restrito aos sócios ou pessoas indicadas pelos associados
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Cultura Alternativa
Como reação aos eventuais perrengues do carnaval de rua - como o calor (ou a chuva), a falta de banheiro e até riscos de assédio ou furtos - volta a crescer em São Paulo a procura pelo carnaval de salão.
Claro, trata-se de um salão repaginado. Nada a ver com a loucura dos bailes adultos das décadas de 1980 e 1990, que ficaram famosos pela nudez e o clima quente (sucesso nas transmissões de TV e nos jornais populares). Agora, o carnaval de salão tem se vendido como opção familiar. Em alguns casos, são matinês (bailes infantis), com acesso restrito aos sócios ou pessoas indicadas pelos associados.
O clube Esperia, por exemplo, não tinha um baile noturno desde 2002, mas voltará esse ano graças aos pedidos dos próprios associados. "Diferentemente dos bloquinhos de rua, a festa de carnaval realizada dentro do clube tem ambiente climatizado com conforto, segurança e comodidade. As pessoas podem aproveitar a folia sabendo que terão uma infraestrutura à disposição para atendê-las em suas necessidades", diz Osmar Monteiro, presidente do Clube Esperia. O carnaval do clube será aberto ao público.
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Outros clubes tradicionais realizarão carnavais exclusivos (matinês) para associados e convidados, como é o caso do Paineiras, Pinheiros e do Círculo Militar. "Muita gente fica na cidade. Acredito que o carnaval de salão é uma opção interessante para essas pessoas. Também vejo muitas mães ansiosas pelo primeiro carnaval dos filhos - por isso as matinês são tão importantes", afirma Fabiana Pedraza Sommer, primeira-vice-presidente do Paineiras. Aliás, a matinê do Paineiras também promove concurso de fantasias.
No clube Pinheiros, a matinê trará como tema justamente O Resgate dos Blocos de Rua de São Paulo. "Nosso carnaval será decorado como os carnavais de antigamente, a cidade de São Paulo que não existe mais, com toda a cenografia remetendo ao passado. Teremos Pierrot e colombinas", diz Raul Leite Mota Silva, diretor do Departamento Social/Cultural do Pinheiros.
No Juventus, da Mooca, o carnaval de salão é uma tradição de 35 anos. Ainda assim, desde o ano passado, a coordenação da festa tem notado procura ainda maior por ingressos. Além dos fatores como conforto e segurança influenciarem nessa procura, o bairro da Mooca não tem tantos bloquinhos como no centro e um público sedento por diversão carnavalesca.
Ainda assim, o Juventus tem trazido bloquinhos para o seu salão. "A pessoa que chega no Juventus com o abadá ou a camisa oficial de algum bloco pode entrar gratuitamente", contou Silvia Cristina Nogueira, coordenadora geral do departamento de eventos do Juventus. Clubes de futebol como Palmeiras e São Paulo farão matinês durante o período de carnaval.
No bar
Para os saudosistas, o carnaval de salão também pode ser um alívio. O bar Ó do Borogodó, em Pinheiros, promove o seu já tradicional baile de marchinhas. Por lá, tocam apenas sambas, frevos e as mais tradicionais marchinhas - ideal para quem quer fugir no funk e outros ritmos do momento. Os clubes Hebraica, Paineiras, Paulistano e Pinheiros também organizaram um bloco de rua pós-carnavalesco gratuito, que sairá no dia 10, das 14 às 20 horas, na Rua Gumercindo Saraiva. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.