Alta na construção é puxada por imóveis, diz IBGE
Na comparação com o segundo trimestre do ano passado houve um avanço de 2,0%, que interrompe uma sequência de 20 trimestres de quedas
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Economia Construção
O crescimento da construção no segundo trimestre do ano foi puxado pelo segmento de imóveis, e não pelo de infraestrutura, afirmou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta foi de 1,9% no segundo trimestre deste ano, em relação ao primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre do ano passado houve um avanço de 2,0%, que interrompe uma sequência de 20 trimestres de quedas.
"A parte de infraestrutura continua bem baixa. Não tem muito recurso público. Mas a parte de construção de imóveis ajudou um pouco. A alta é puxada não pela parte da infraestrutura, mas pela parte de imóveis", explicou Rebeca.
Segundo Claudia Dionísio, gerente na Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, a base de comparação baixa também ajuda a explicar o avanço na construção, assim como a melhora na confiança empresarial. A alta de 2,7% nas atividades imobiliárias ante o segundo trimestre de 2018 confirmam a construção puxada pelo setor imobiliário, apontou Claudia.
"O crédito, a renda melhorando um pouco, o ambiente e o déficit habitacional que a gente sempre tem também colaboram (para a alta na construção)", completou Rebeca Palis.
A construção responde por cerca de 50% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB). A FBCF cresceu 3,2% na passagem do primeiro trimestre para o segundo trimestre de 2019. Na comparação com o segundo trimestre do ano passado a alta foi de 5,2%.
"Todos os componentes favoreceram (a FBCF)", disse Claudia, acrescentando que a construção é a que tem peso maior.
A maior produção de bens de capital também impulsionou os investimentos no segundo trimestre, influenciando o crescimento registrado pela indústria da transformação no período.