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Consumidor deve definir teto de gastos antes de ir na Black Friday

Especialistas pedem cautelas nas compras na Black Friday

Consumidor deve definir teto de gastos antes de ir na Black Friday
Notícias ao Minuto Brasil

07:30 - 25/11/19 por Folhapress

Economia Compras

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Se dinheiro na mão é vendaval, 13º na conta corrente em dia de Black Friday não é uma intempérie muito diferente. Para evitar excessos, especialistas disseram à reportagem que o trabalhador que receber a primeira parcela do pagamento nesta sexta-feira (29) deve ir às compras com cautela e um teto de gastos estipulado. 

"Tem que se planejar. Se a pessoa tem todas as contas cobertas, ela pode resolver gastar esse dinheiro. Mesmo assim, tem essa questão do cuidado em se planejar. Eu posso gastar R$ 1.000, mas tem que ficar dentro desse orçamento", disse Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.

"Sempre falo que a Black Friday é como feirão de veículo e da casa própria. Quando eu vou, já tenho que ter definido quanto posso gastar. Porque as técnicas de venda vão me levar a comprar mais do que eu posso", afirmou Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper.

Esse é o ponto de partida para o consumidor que pretende ir às compras com o dinheiro do 13º. Mas há ainda outros cuidados que podem ser tomados, segundo os especialistas.

Para Kawauti, quando o comprador estabelece um teto para seus gastos, ele deve ter em mente também como irá fazer o pagamento para evitar que esse limite seja superado.

"Essas compras de Black Friday, em geral, são feitas no cartão de crédito. Isso é um perigo. Então, mesmo que seu limite no cartão seja superior ao teto estipulado, é preciso não perder a mão nessa hora", afirmou.

Além disso, Rocha, do Insper, explica que quem vai às compras em período de promoção tem que fazer uma pesquisa com antecedência para não cair em nenhuma pegadinha ou se deixar levar por liquidações fantasiosas -ainda mais quando acaba de receber uma grande quantia de dinheiro.

"Tem que se programar. Hoje em dia todo mundo tem acesso à internet, mesmo que ainda ruim. Há vários portais em que é possível encontrar detalhes dos preços e as condições de pagamento."

Na mesma linha, a coordenadora de atendimento do Procon, Renata Reis, disse que o melhor procedimento nessas ocasiões é fazer uma pesquisa cuidadosa e bastante antecipada dos preços dos produtos que se quer adquirir.

"É importante para avaliar se o valor que é ofertado está inferior ao preço vinha sendo praticado nos últimos 60 dias. Para saber se é uma vantagem fazer a compra ou não."

Ela também chamou atenção para a necessidade de se fazer uma lista com os produtos que se deseja adquirir, para não sair comprando tudo o quê se vê pela frente.

"Justamente para que, atraídos por essas supostas promoções, os consumidores não gastem mais do que podem."

Todas essas dicas, porém, são dadas a quem está financeiramente saudável. Para os especialistas, antes de partir para as compras, o brasileiro deve analisar suas contas e ver se essa primeira parcela do 13º não será útil para pagamentos futuros.

"Tem que lembrar que o 13º tem um foco, que são os gastos de finais de ano e de começo de ano seguinte. Então é preciso se organizar e colocar na ponta do lápis tudo, desde presentes de Natal, como também matrícula escolar e impostos", disse Kawauti.

"O dinheiro tem que ter uma finalidade de nobreza, porque é muito difícil ganhá-lo. Se há outra prioridade que não a Black Friday, seja dívida ou um exame médico a ser feito, ela deve ser colocada em primeiro plano", afirmou Rocha.

O professor de finanças, no entanto, disse que o consumo não pode ser demonizado. Na sua avaliação, é preciso gastar de forma inteligente, observando não só o preço, mas o valor do que se quer adquirir.

"Tem que ter a percepção do valor. Se aquilo faz sentido, vai trazer alegria e vai fazer bem para mim ou para minha família, e eu posso comprar, tudo bem!"

Caso ocorra um arrependimento após a compra, Renata Reis, do Procon, lembra que aquisições feitas pela internet podem ser devolvidas em até sete dias.

"O consumidor tem esse período a partir do recebimento do produto e não precisa ter motivo. Mas é preciso observar se a empresa possui uma política de troca, como por exemplo a devolução do produto devidamente embalado", disse.

No caso de aquisições em lojas físicas, a devolução ou a troca pode ocorrer apenas se a empresa estabelecer isso, já que o consumidor estará pessoalmente no local, em contato com o produto, no momento da compra, explica Reis.

"Pode haver uma política de troca, utilizada justamente para atrair o cliente. Mas se isso for informado no ato da compra, é importante que o cliente solicite isso por escrito para conseguir cobrar depois da empresa."

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