Ataque hacker deve ser visto como terrorismo, diz executiva
Conforme as esferas municipais, estaduais e federais digitalizam seus serviços e infraestrutura, os impactos de ciberataques aumentam
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Economia INTERNET-SEGURANÇA
LAS VEGAS, EUA (FOLHAPRESS) - A vice-presidente global de setor público da AWS, Teresa Carlson, afirmou nesta quarta-feira (4) que governos devem escalar o tom em suas respostas a incidentes cibernéticos e tratá-los como terrorismo.
Conforme as esferas municipais, estaduais e federais digitalizam seus serviços e infraestrutura, os impactos de ciberataques aumentam. "São atos de guerra", disse Carlson durante palestra no re:Invent, evento de tecnologia que acontece nesta semana em Las Vegas.
A executiva é a responsável pelo setor que faz a relação da AWS, pertencente à gigante Amazon, com governos, instituições de ensino e ONGs.
Ela citou exemplos de ataques recentes às cidades de Joanesburgo e Atlanta. Em menos de meio ano, a cidade sul-africana foi vítima de dois ataques de ransomware, um "sequestro" digital no qual criminosos trancam o acesso a dados ou sistemas e cobram resgate para liberar a informação.
No primeiro ataque, em julho, o sistema de abastecimento de energia de Joanesburgo foi comprometido e parte da população ficou sem luz. No segundo, em outubro, computadores de funcionários do município ficaram bloqueados e os criminosos pediam resgate de aproximadamente U$ 35 mil (R$ 150 mil).
O mesmo tipo de ciberataque foi aplicado contra Atlanta em 2018. Dois hackers iranianos foram apontados como responsáveis pelo ataque, que pedia U$ 50 mil para liberar acesso aos sistemas de informática da prefeitura – eles ficaram parados por cinco dias, segundo o New York Times.
Para a segurança nesses casos, Carlson recomenda o uso de criptografia tanto na informação que está transitando de um lugar para outro (mensagens enviadas, por exemplo) quanto nas que ficam salvas em algum espaço específico.
Além disso, a realização de backups constantes poderia permitir simplesmente restaurar todos os sistemas para o estado em que se encontravam antes dos ataques.
Ela também recomendou a adoção de tecnologia de nuvem, a base dos serviços oferecidos pela AWS como remédio. Nesse caso, os serviços de backup e criptografia seriam feitos automaticamente.*O jornalista viajou a convite da AWS