Dólar cai R$ 0,10 na semana e vai a R$ 4,1460
No pregão, o dólar recuou 1,02% ante o real, moeda emergente que mais se valorizou na sessão
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Economia Moeda
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Depois de quaro semanas de alta, a cotação do dólar encerrou esta sexta-feira (6) com recuo semanal acumulado de 2,2%. De R$ 4,2410 na sexta-feira passada (29), a moeda foi a R$ 4,1460 nesta sessão, menor valor desde 11 de novembro.
No pregão, o dólar recuou 1,02% ante o real, moeda emergente que mais se valorizou na sessão. Parte do movimento é visto por analistas como uma correção da forte alta de novembro, quando a moeda acumulou alta de 5,6% e bateu o recorde de R$ 4,2580.
A queda na sessão, contudo, também é fruto do viés otimista tanto no exterior, quando doméstico. Lá fora, a criação de empregos nos Estados Unidos veio acima do esperado pelo mercado. Foram 226 mil novas vagas fora do mercado agrícola, contra a estimativa média de 180 mil.
Este é o melhor resultado desde janeiro, quando 312 mil vagas foram criadas. Com o dado, a taxa de desemprego caiu a 3,5%, ante 3,6% em outubro, menor patamar desde 1969. A confiança do consumidor americano, aferida pela Universidade de Michigan, também melhorou e foi ao menor nível em sete meses.
No quesito guerra comercial, o assessor econômico da Casa Branca Larry Kudlow disse nesta sexta que o prazo de 15 de dezembro ainda está em vigor para uma nova rodada de tarifas dos Estados Unidos sobre produtos chineses, mas que o presidente Donald Trump gosta do rumo que as negociações comerciais com a China estão tomando. "A realidade são negociações construtivas, negociações quase diárias, estamos de fato perto", disse Kudlow.
A conclusão da fase um das negociações entre as duas maiores economias do mundo era inicialmente prevista para novembro, antes de nova rodada de tarifas começar a vigorar em 15 de novembro sobre cerca de 156 bilhões de dólares em importações vindas da China.
Em gesto positivo, a China informou que vai abrir mão de tarifas sobre alguns embarques de soja e carne suína dos EUA, informou o Ministério das Finanças em comunicado, citando uma decisão do gabinete do país. O ministério não especificou as quantidades envolvidas.
Diversas fontes do setor privado nos EUA e na China interpretaram o anúncio como confirmação oficial de isenções tributárias sobre até 10 milhões de toneladas de soja e um volume desconhecido de carne suína que as fontes disseram ter sido oferecido a importadores mais cedo este ano.
No âmbito doméstico, Bradesco e Fitch aumentaram suas projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro neste ano e em 2020. O banco agora espera um crescimento da economia de 0,9% para 1,2% em 2019 e de 2,2% para 2,5% em 2020. Já a agência de classificação de risco Fitch Ratings projeta 1,1% para 2019, ante a estimativa anterior de 0,8%, e de 2,2% para 2020, ante 2%.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acima do esperado para novembro não preocupa o mercado quanto a um possível corte de 0,5 ponto percentual na Selic na próxima semana."Apesar da aceleração em alimentos, os preços livres mantiveram inflação acumulada em doze meses abaixo de 3%. Pouco pode ser identificado como pressão da desvalorização do real sobre os preços domésticos", aponta relatório do banco Fator.
Puxada pela disparada no preço da carne, a inflação chegou a 0,51% em novembro segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta sexta.Com o cenário otimista, a Bolsa brasileira subiu 0,46%, a 111.125 pontos, nova máxima histórica. O giro financeiro foi de R$ 17,937 bilhões, acima da média diária para o ano.
As máximas do pregão foram das varejistas Via Varejo, dona de Casas Bahia, e Lojas Americanas, que subiram 7,30% e 7,07%, respectivamente, com bons resultados na Black Friday e expectativa de crescimento nas vendas em 2020.