IBGE: desemprego atinge 11,9 milhões e taxa fica em 11,2% em janeiro
A taxa de desemprego ficou um pouco abaixo das previsões de mercado
© Reuters / Paulo Whitaker
Economia Pesquisa
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A taxa de desemprego entrou em 2020 mantendo quase os mesmo números anteriores. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tinha 11,2% de desempregados em janeiro, contra 11,6% no trimestre encerrado em outubro.
A pequena queda, porém, foi impulsionada pela redução no número de pessoas procurando emprego no país, disse nesta sexta-feira (28) a analista do IBGE Adriana Beringuy. "A menor procura por trabalho em janeiro foi definitiva para a redução da taxa", afirmou ela.
A taxa de desemprego ficou um pouco abaixo das previsões de mercado. Analistas ouvidos pela Bloomberg estimavam taxa de 11,3%. No trimestre encerrado em janeiro, segundo o IBGE, 11,9 milhões de brasileiros procuravam emprego no Brasil, um redução de 453 mil em relação ao trimestre encerrado em outubro.
O número de pessoas consideradas fora da força de trabalho -aqueles que não têm interesse em buscar emprego- subiu 1,3%, ou 873 mil pessoas, e atingiu novo recorde de 65,7 milhões de pessoas.
Beringuy diz que é um movimento normal em janeiro, mas que o movimento percebido este ano foi mais intenso. "Foi uma das maiores expansões para o mês de janeiro em toda a série histórica", disse ela, citando como exemplos pessoas que quiseram tomar iniciativa naquele período.
Os dados divulgados pelo IBGE reforçaram tendência de melhora no contingente de trabalhadores formais, com alta de 1,5% entre os empregados do setor privado com carteira de trabalho, e de 5,2% nos trabalhadores por conta própria com CNPJ.
O indicador, porém, ainda pega efeitos de contratações temporárias para o Natal, já que inclui os dois últimos meses de 2019. A melhora na formalização já havia sido captada também na pesquisa do trimestre encerrado em dezembro, quando a taxa de desemprego ficou em 11%.
Os dados divulgados pelo IBGE mostram que, na comparação com o trimestre anterior, houve crescimento no número de trabalhadores do setor privado com carteira assinada (504 mil pessoas) e de trabalhadores por conta própria com CNPJ (258 mil pessoas).
Os dados do Caged (Cadastro Geral do Emprego e Desemprego), principal indicador do governo sobre a a abertura e fechamento de vagas com carteira assinada, só serão divulgados em março, já que o sistema de coleta de dados está sendo transferido para o novo e-Social.
No trimestre encerrado em janeiro, disse o IBGE, a taxa de informalidade caiu para 40,7% da população ocupada, ante 41,2% do trimestre móvel anterior. Ao todo, 38,3 milhões de pessoas no país tiraram seu sustento em ocupações informais.
A taxa de subutilização da força de trabalho também recuou, chegando a 23,2%, 0,6 pontos percentuais a menos do que o registrado no trimestre encerrado em outubro. O indicador inclui as pessoas que estão procurando emprego, as que gostariam de trabalhar mas desistiram de procurar emprego e aquelas que trabalham menos do que gostariam.
O rendimento médio do trabalhador brasileiro ficou em R$ 2.361, estável em relação aos R$ 2.317 do trimestre encerrado em outubro, segundo o IBGE.