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Nível de preços continua elevado, apesar de IPCA menor em agosto

O dólar deu indícios fortes de influência em itens como artigos de TV, som e informática (1,36%), artigos de higiene pessoal (1,02%) e automóvel novo (0,30%)

Nível de preços continua elevado, apesar de IPCA menor em agosto
Notícias ao Minuto Brasil

12:05 - 10/09/15 por Notícias ao Minuto Brasil

Economia Contradição

Apesar da desaceleração no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto, o nível de preços continua elevado, afirmou nesta quinta-feira, 10, a coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos. Segundo ela, a alta de 9,53% em 12 meses até o mês passado é uma evidência de que os preços ainda estão salgados para as famílias brasileiras.

"O nível de preços continua elevado, apesar de a taxa ter ficado em 0,22% (em agosto). Os preços continuam aumentando", disse Eulina. A alta em agosto foi a menor para o mês desde 2010.

Segundo Eulina, alguns alívios foram muito pontuais, como é o caso das passagens aéreas, cuja queda de 24,90% tirou sozinha 0,11 ponto porcentual do IPCA. "Apesar de a redução ter sido muito forte, é um item que oscila bastante em função de calendário. Além disso, é uma parcela menor (da população que usa passagens)", disse a coordenadora.

Os alimentos, por sua vez, ficaram neutros no resultado, diante da queda de 0,01% nos preços em média. Por um lado, a alimentação na residência ficou 0,32% mais barata, com quedas no tomate, na cebola e na batata-inglesa, favorecidos por uma nova safra. Por outro, a alimentação fora de casa subiu 0,57%, e o principal impacto individual veio da refeição fora (0,03 ponto porcentual).

O dólar deu indícios fortes de influência em itens como artigos de TV, som e informática (1,36%), artigos de higiene pessoal (1,02%) e automóvel novo (0,30%). Sozinhos, os artigos de higiene pessoal também ficaram no topo da lista de impactos, com a adição de 0,03 ponto porcentual ao IPCA.

No caso de automóvel novo, os sinais de influência do dólar são fortes, já que a demanda está em queda, observou Eulina. "Há indícios de que seja o dólar, porque as vendas já estão em queda de mais de 20% neste ano. Ainda assim, a demanda pode estar fazendo com que esse fator (câmbio) influencie menos do que seria esperado", explicou a coordenadora. Em 12 meses, o automóvel novo já ficou 7,48% mais caro.

Etanol

De acordo com Eulina, os preços do etanol subiram em agosto diante das dificuldades na colheita de cana-de-açúcar. A alta foi de 0,60% no IPCA do mês passado.

"O etanol está subindo por conta de dificuldades na colheita de cana-de-açúcar. Isso pressiona também o custo da gasolina", afirmou a coordenadora.

Em agosto, os preços da gasolina subiram 0,67%, com aumentos em cinco regiões. O resultado do item adicionou sozinho 0,03 ponto porcentual do IPCA do mês passado.

Serviços

Com uma queda forte nos preços de passagens aéreas, a inflação de serviços desacelerou na passagem de julho para agosto, informou IBGE. O IPCA de serviços subiu 0,32% no mês passado, contra elevação de 0,54% em julho.

Em 12 meses, a inflação de serviços também perdeu força, de 8,54% em julho para 8,25% em agosto. "Mesmo assim, os preços de serviços ainda estão resistentes", ponderou Eulina.

As passagens aéreas ficaram 24,90% mais baratas no mês passado. Apesar disso, itens como aluguel residencial (0,40%) e condomínio (0,71%) continuaram subindo. Uma das razões para a alta do condomínio são os reajustes recentes em tarifas de água e esgoto e de energia elétrica, explicou Eulina. Em agosto, houve ainda o aumento nos preços de cursos regulares (0,78%) e de cursos diversos, como idiomas (1,62%), reflexo do início do segundo semestre letivo.

No caso dos administrados, o alívio foi ainda maior, diante da queda nos preços da energia elétrica em função da redução de tributos que incidem sobre a conta dos brasileiros. Com isso, o índice de monitorados subiu 0,32% em agosto, contra alta de 1,17% em julho, informou o IBGE.

Em 12 meses, os monitorados já sobem 15,77% até agosto, com destaque para a energia elétrica, que avança 54,45% neste confronto. Com informações do Estadão Conteúdo.

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