Três em cada dez pedidos de auxílio emergencial precisam de revisão
Esse grupo, que deverá passar por revisão dos dados, representa um universo de 11,6 milhões de informais, MEIs (microeempreendedores individuais) e contribuintes individuais do INSS
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Economia AUXÍLIO-EMERGENCIAL
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Dataprev (empresa de tecnologia do governo federal) encerrou a análise do primeiro lote de informais inscritos para receber o auxílio emergencial de R$ 600 do governo federal. Ao todo, foram analisados 32 milhões de cadastros. Do total, apenas 47,5%, ou seja, menos da metade, atende a todas as regras para ter o auxílio.
Três entre dez necessitam de uma revisão de dados do cadastro feito por meio do aplicativo Caixa | Auxílio Emergencial e pelo site auxilio.caixa.gov.br. Esse grupo, que deverá passar por revisão dos dados, representa um universo de 11,6 milhões de informais, MEIs (microeempreendedores individuais) e contribuintes individuais do INSS que se inscreveram entre os dias 7 e 10 de abril.
Há ainda um grupo de 1,7 milhão que deverá passar por uma processamento adicional dos dados, dada a complexidade do cruzamento que deve ser feito para liberar o benefício. Ao final, apenas 3,5 milhões de informais não atenderam às regras para ter o auxílio e ficarão sem a grana, o que representa 10,94%, ou um em cada dez inscritos no primeiro lote.
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Em nota, a Dataprev detalhou como foi feita a checagem dos dados. "No período de análise, foi necessária a divisão dos dados em lotes de envio à Caixa devido à complexidade do cruzamento de informações dos brasileiros diante dos diversos cenários apresentados com os normativos legais", diz a nota.
Não há data exata para o pagamento dos valores, pois a Caixa não divulgou novo calendário. Nesta quarta (22), o Ministério da Cidadania informou que não há grana para pagar a segunda parcela, que começaria a ser distribuída nesta quinta (23).
PEDIDOS EM ANÁLISE
Segundo a Dataprev, com a finalização das análises e o envio de dados para a Caixa Econômica Federal, o banco deverá informar aos inscritos se o pedido foi aprovado ou reprovado. Quem tiver o benefício negado poderá recorrer.
Para quem está precisando dos R$ 600 porque não pode trabalhar na pandemia do coronavírus, a espera é angustiante. É o caso da diarista Sandra Regina Antônio Vieira, 56 anos. Ela se inscreveu no primeiro dia, 7 de abril, e, até agora, não teve resposta.
"Não posso fazer faxina, pois não dá mais para ir na casa de ninguém. A gente fica sem uma resposta e isso é triste. Disseram que, na terça sairia resposta, chegou quarta e nada."O filho dela, Cesar Antônio Vieira, 21, também se inscreveu no dia 7 e espera resposta. Ele estava fazendo bicos em uma loja de tecnologia, trabalhando no conserto de celulares, mas como o local fechou com a pandemia de coronavírus, ficou sem emprego.
A revisora Luciana Silva Lopes de Mendonça, 41, diz que apenas quer uma resposta. Segundo ela, que também se inscreveu no dia 7 de abril, ficar com o benefício "em análise" por tanto tempo é angustiante. "Eu esperava ao menos uma resposta, para saber se foi aprovado ou não."
NOVO LOTE
A Dataprev informa ainda que já deu início à análise de mais um lote de pedidos de benefício, desta vez para inscritos entre 11 e 17 de abril. Os dados foram repassados à empresa de tecnologia no sábado (18) e a conclusão deve ocorrer até sexta-feira (24).
Ao todo, são mais 7 milhões de inscrições para ter o auxílio de R$ 600. Os dados mostram que o governo já possui 45,2 milhões de brasileiros com os CPFs considerados elegíveis, homologados e enviado à Caixa para verificação final e pagamento, o que inclui informais e inscritos no CadÚnico.