Gol pode cortar rota venezuelana por problemas de receita
A empresa, que opera a rota entre São Paulo e Caracas desde 2007, está impedida de repatriar o equivalente a R$ 351 milhões retidos no país devido a distorções de câmbio
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Economia Caracas
A compania aerea Gol está reavaliando a rota entre São Paulo e Caracas, que opera desde 2007, depois de ficar impedida de repatriar o equivalente a R$ 351 milhões retidos na Venezuela devido a distorções de câmbio.
A empresa, fortemente atingida pela alta do dólar, já reduziu a frequência de 28 para 16 voos semanais desde o ano passado e estuda aprofundar os cortes. "Neste contexto de crise e alta do dólar, não há como negar que, se não encontrarmos uma solução [ao impasse na Venezuela], teremos de pensar se o voo será mantido", diz Alberto Fajerman, diretor de Relações Institucionais da Gol, em reportagem publicada pela Folha de S. Paulo.
O problema, comum a todas as companhias aéreas estrangeiras na Venezuela, decorre do complexo sistema de câmbio na Venezuela, que é controlado com mão de ferro pelo governo socialista e funciona com base em diferentes taxas de conversão.
A lei venezuelana obriga as empresas a vender em bolívar, moeda local. Parte do dinheiro arrecadado é usado para gastos na Venezuela, como salário de funcionários locais, pagamentos de taxas e de querosene, entre outros.
O excedente, porém, precisa ser transformado em dólar para ser repatriado até a sede das companhias aéreas.