Nova interligação elétrica Brasil-Uruguai deve ser energizada em novembro
Em um cenário de redução dos investimentos no mercado como um todo, a carteira internacional de projetos da Eletrobras vai se concentrar em países vizinhos, que podem ser interligados ao Brasil
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Economia Vizinhos
Uma nova interligação entre o sistema elétrico brasileiro e o uruguaio já está em fase final de testes e deve começar a ser energizada no mês que vem, disse hoje (21) o superintendente de operações no exterior, da Eletrobras, Pedro Luiz de Oliveira Jatobá. A ligação tem capacidade para transportar 500 megawatts (MW) e soma-se a outra ligação entre os dois países, que já permitia a troca de 70 MW.
Com as duas ligações, os países já poderiam oferecer um ao outro o necessário para abastecer uma capital média, segundo Jatobá."Ultimamente, o Uruguai tem desenvolvido e incentivado muito o seu setor eólico. Esse crescimento vai gerar excedentes no Uruguai, que agora o Brasil precisa", disse, destacando que, em outros momentos o país vizinho já recorreu à energia brasileira para se manter abastecido. "Isso mostra que a integração é benéfica".
Em um cenário de redução dos investimentos no mercado como um todo, a carteira internacional de projetos da Eletrobras vai se concentrar em países vizinhos, que podem ser interligados ao Brasil, informou o superintendente. Um exemplo é o próprio Uruguai, onde a Eletrobras tem uma participação de 50% no parque eólico Artilleros, dividindo-o com a estatal energética uruguaia (UTE).
"A tendência é se interconectar aos países com quem tem fronteira", disse Jatobá. "Estamos trabalhando em função das oportunidades e em função da estratégia energética do Brasil. Projetos que agregam capacidade de oferecer energia também ao mercado brasileiro passam a ser mais prioritários".
Um dos projetos internacionais da Eletrobras na América Latina é a Usina Hidrelétrica de Tumarin, na Nicarágua, que deve requerer investimento total de 1,2 bilhão de dólares para o qual o financiamento ainda está em negociação. O governo local tem cerca de 10% de participação e o restante é dividido entre a Eletrobras e a Queiroz Galvão.
"É um projeto que tem um impacto significativo na limpeza da matriz energética do país. É um país que tem uma dependência muito forte do petróleo importado e vai permitir criar uma expectativa de longo prazo de um suprimento de energia a custos constantes e atrativos", destacou.
A usina terá capacidade instalada de 253MW, mais de um terço do total da capacidade atual da Nicaraguá de produzir energia, que é de cerca de 700 MW.
Jatobá participou hoje de conferência no Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), que discutiu os desafios para tornar o Rio de Janeiro uma capital financeira global. Com informações da
Agência Brasil.