Estudo mostra que lojistas têm aumentado a margem de lucro na venda de usados
As negociações estão sendo retomadas, mas os lojistas tentam aumentar a margem de lucro para compensar a queda nas vendas registrada no período mais difícil, entre abril e junho
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Economia Negócios
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O mercado de carros usados mudou com a pandemia, e essa não é uma boa notícia para quem pretende adquirir um carro de segunda mão.
As negociações estão sendo retomadas, mas os lojistas tentam aumentar a margem de lucro para compensar a queda nas vendas registrada no período mais difícil, entre abril e junho.
Segundo levantamento feito pela plataforma Auto Avaliar, empresa de tecnologia especializada na gestão de estoque, a avaliação de carros por parte dos revendedores cresce em um ritmo mais veloz do que a captação.
Isso significa que os lojistas estão mais cautelosos, com receio de comprar automóveis com baixa liquidez.
Em agosto, o estoque de usados em concessionárias e revendedores multimarca era suficiente para atender a 40 dias de vendas. J.R. Caporal, CEO da Auto Avaliar, diz que o número pode até parecer bom, mas é baixo e indica que os lojistas não estão captando veículos.
O estudo mostra que, em janeiro, o lucro bruto por veículo usado comercializado era de R$ 4.716, em média. Hoje essa margem chega a R$ 5.963.
"Como o volume de negócios é menor, as concessionárias acabam aumentando o lucro bruto por venda para conseguir sobreviver a este período de crise", diz Fabio Braga, gerente regional da MegaDealer, multinacional especializada na distribuição de veículos.
De acordo com o levantamento -que considerou 1,1 milhão de operações realizadas por 1.971 concessionárias e lojas multimarca nacionais-, o campeão da rentabilidade durante o mês de agosto foi o Fiat Argo ano 2018, especificamente na cor branca.
O hatch compacto ficou, em média, 30 dias no pátio das lojas. O lucro bruto gerado por unidade foi de R$ 6.192.
Há uma explicação provável para o resultado obtido pelo modelo da Fiat: a venda realizada por locadoras. Essas empresas compram os modelos zero-quilômetro com grandes descontos e, um ou dois anos depois, os colocam à venda com pouco uso.
Os lojistas adquirem lotes desses automóveis a preço mais baixo, e assim conseguem margem elevada na revenda.