Macapá pode ficar até 15 dias sem luz após incêndio em subestação
A capital e outras 13 cidades do estado estão sem energia desde a noite de terça (3)
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Economia Apagão
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O MME (Ministério de Minas e Energia) afirmou nesta quinta-feira (5) que a retomada completa do fornecimento de energia elétrica no Amapá deve demorar ao menos 15 dias. A capital e outras 13 cidades do estado estão sem energia desde a noite de terça (3), após incêndio na subestação responsável por receber eletricidade de outras regiões do país.
A repercussão nas redes sociais mostra as dificuldades que os moradores vêm enfrentando. Sem luz, o fornecimento de água também foi prejudicado e muitos precisaram correr aos mercados em busca de água mineral.
Há também problemas nos sistemas de comunicação, com dificuldades para usar telefones ou acessar a internet, e relatos de grandes filas em postos de gasolina e supermercados durante o dia. À noite, os hotéis que têm geradores de energia ficaram cheios de pessoas em busca de iluminação.
O apagão atinge 14 das 16 cidades do estado. Apenas Oiapoque, no extremo norte, e Laranjal do Jari, no extremo sul, têm eletricidade.
O governo espera restabelecer entre 60% e 70% do abastecimento nesta quinta, com a retomada de um dos transformadores danificados pelo incêndio. O governo do estado definirá as prioridades no fornecimento de eletricidade caso a estratégia seja bem sucedida.
A solução definitiva para o problema, porém, depende da chegada de transformadores que estão hoje em outros lugares. Um deles será transportado de Laranjal, no extremo sul do estado, e deve estar pronto para operar em 15 dias. O outro será levado de Boa Vista (RR) e só chegará no fim do mês.
O secretário de energia do MME, Rodrigo Limp, disse que a chegada do primeiro transformador já permite o restabelecimento completo, mas em situação precária, já que o sistema precisa de um equipamento sobressalente para evitar cortes no fornecimento em caso de problemas nos outros dois transformadores.
Enquanto mobiliza a transferência dos equipamentos - que pesam cerca de 100 toneladas e precisam ser desmontados para o transporte - o governo está buscando geradores de energia para operar de forma emergencial, garantindo ao menos o suprimento de instalações prioritárias.
As causas do incêndio estão sendo investigadas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). A subestação é parte do sistema de transmissão que conectou o Amapá ao resto do país em 2015. É operada pela LMTE (Linha de Macapá Transmissão de Energia).
A instalação tem três transformadores, que reduzem a tensão da energia que chega pela linha de transmissão antes de injetá-la na rede de distribuição local. Um deles estava parada para manutenção desde dezembro de 2019.
O governo montou um gabinete de crise para acompanhar o tema e, nesta quarta (4), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque e representantes de outros órgãos do setor elétrico estiveram em Macapá para avaliar as estratégias para retomar o fornecimento.
No momento, o estado está sendo abastecido apenas pela energia gerada por uma hidrelétrica local, que gera o equivalente a cerca de 10% do consumo da área afetada, de acordo com o ONS. Sem luz, o fornecimento de água também foi prejudicado e moradores precisam recorrer a água mineral.