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Metade das famílias paulistanas está endividada

Em números absolutos, o total de famílias com dívidas passou de 1,546 milhão para 1,793 milhão, ou seja, um aumento de 247 mil famílias em um ano

Metade das famílias paulistanas está endividada
Notícias ao Minuto Brasil

17:35 - 05/01/16 por Notícias ao Minuto Brasil

Economia Fecomercio

O número de famílias endividadas voltou a subir em dezembro após três meses consecutivos de queda, segundo pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio). Exatamente metade das famílias da capital paulista tinha dívidas no último mês do ano, o que representa uma alta de 0,7 ponto porcentual em relação a novembro.

Na comparação com dezembro de 2014, quando as famílias endividadas somavam 43,1%, essa proporção cresceu 6,9 pontos porcentuais. Em números absolutos, o total de famílias com dívidas passou de 1,546 milhão para 1,793 milhão, ou seja, um aumento de 247 mil famílias em um ano.

De acordo com a assessoria econômica da entidade, “o recebimento do décimo terceiro salário foi importante para que muitos consumidores colocassem as contas em dia, se prevenissem das incertezas econômicas e já se preparassem para o acúmulo de obrigações financeiras e tributos no início do ano”. Segundo a Fecomécio, recorrer à poupança também tem sido uma estratégia para quitar débitos.

Conforme a pesquisa, isso ajuda a entender a estabilidade em 53,2% da proporção de famílias de baixa renda endividadas entre novembro e dezembro [de 2015]. "Entretanto, diante da inflação elevada e do aumento do desemprego as famílias de baixa renda são as que mais sofrem para manter o padrão de consumo, contratando muitas vezes empréstimos imprevistos para equilibrar o orçamento.”

A entidade informou ainda que, devido a essa dificuldade, a proporção de endividados com renda de até dez salários mínimos subiu 7,8 pontos percentuais na comparação com dezembro do ano passado, quando chegou a 45,4%.

O crescimento da proporção total de famílias endividadas entre novembro e dezembro foi causado pelo aumento sazonal do endividamento entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos. A parcela com dívida nessa faixa salarial passou de 37,9% em novembro para 40,7% em dezembro. Em dezembro de 2014, o valor era de 36,4%.

O estudo mostrou também que 39,1% dos endividados têm dívidas com prazo superior a um ano; 24,7%, de até três meses; 17,2%, entre três e seis meses; e 16,5%, entre seis meses e um ano.

O cartão de crédito foi apontado como principal tipo de dívida das famílias paulistanasArquivo/Agência Brasil

O cartão de crédito foi apontado como principal tipo de dívida das famílias paulistanas, citado por 71,8% das famílias endividadas, seguido por carnês (17,9%), financiamento de carro (17,8%), financiamento de casa (12,7%), crédito pessoal (12,5%) e cheque especial (8,7%).

Para a Fecomercio, as famílias de menor renda, com o acesso restrito a crédito, têm recorrido ao rotativo do cartão de crédito, o que pode comprometer as finanças devido aos juros altos dessa modalidade.

Inadimplência

Segundo a entidade, o número de famílias inadimplentes foi crescente ao longo do ano, mas recuou no fim de 2015 por causa do décimo terceiro salário e do conservadorismo dos bancos e das famílias. Em dezembro de 2015, 17,2% das famílias paulistanas informaram estar com as contas atrasadas, número próximo aos 17,1% referente a novembro e inferior aos 18% de outubro, quando a proporção de inadimplentes atingiu o maior valor do ano.

Em dezembro de 2014, o valor estava em 10,9%, o que, para a Fecomercio, mostra a “dificuldade que muitas famílias encontraram ao longo de 2015 para manter as contas em dia em decorrência da deterioração do cenário econômico”.

Os dados da Fecomercio indicam que, além disso, a proporção de famílias que não conseguiram pagar as contas alcançou 7,3% em dezembro, o maior valor desde setembro de 2009. Com informações da Agência Brasil.

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