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Presidente do BB diz desavenças com Bolsonaro foram 'problema de comunicação'

Presidente do BB diz desavenças com Bolsonaro foram 'problema de comunicação'

Presidente do BB diz desavenças com Bolsonaro foram 'problema de comunicação'
Notícias ao Minuto Brasil

12:44 - 12/02/21 por Folhapress

Economia Banco do Brasil

ISABELA BOLZANI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente do Banco do Brasil, André Brandão, afirmou nesta sexta-feira (12) que as desavenças com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a respeito do plano de reestruturação do banco, anunciado em janeiro, foram provenientes de um problema de comunicação.

"O principal ponto que eu posso ressaltar é que o problema foi de comunicação. Anunciamos um fato relevante [comunicado aos acionistas] com várias coisas, inclusive com o fechamento de agências. E é muito razoável que não só o presidente, mas os prefeitos e os governadores também estivessem preocupados sobre como faríamos [essas mudanças]", afirmou Brandão durante entrevista com jornalistas.

O executivo também disse que ainda não teve oportunidade de conversar diretamente com Bolsonaro sobre as mudanças que pretende fazer, mas afirmou que já existe um diálogo entre o banco e o governo.

"Ainda não conversei diretamente com o presidente Jair Bolsonaro, mas acredito que ele tenha entendido o que estamos fazendo aqui e eu pretendo, com calma, explicar todos os nossos planos de eficiência assim que a agenda dele permitir. Aprendemos, aqui, que é preciso melhorar a comunicação direta com ele", disse Brandão.

Bolsonaro teria se irritado com Brandão depois de o banco ter anunciado um plano de reestruturação organizacional, que envolve o enceramento de 361 unidades, sendo 112 agências, e um PDV (plano de demissão voluntária) para cerca de 5.000 funcionários.

O prazo para adesão ao PDV do banco se encerrou em 5 de fevereiro. Houve o desligamento de 5.533 trabalhadores.

Na época, membros da equipe econômica relataram à reportagem que o anúncio da reestruturação gerou insatisfação no Palácio do Planalto, fazendo com que Bolsonaro cogitasse a demissão de Brandão.

Teriam saído em defesa da permanência do executivo no cargo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro Paulo Guedes (Economia).

Nesta sexta-feira, Brandão afirmou que a implementação das medidas de eficiência deve trazer uma redução recorrente de R$ 3 bilhões em despesas para o banco.

As despesas administrativas do BB atualmente giram em torno de R$ 31 bilhões por ano. A estimativa é de uma economia bruta de R$ 1 bilhão neste ano e de R$ 10 bilhões até 2025.

"São várias ações. No PDV, 80% das pessoas que aderiram já poderiam se aposentar ou estavam muito próximas da aposentadoria. Além disso, temos outros aspectos, como o plano de reforma de cargos e salários, flexibilização ao trabalho remoto, entre outros", afirmou Brandão.

De acordo com as estimativas do banco, o PDV deve trazer uma economia de mais de R$ 780 milhões ao BB. A reforma de cargos e salários, por sua vez, economizaria R$ 911 milhões.

Nesta semana, funcionários do banco decidiram paralisar suas atividades em reação a essa reestruturação. Segundo o BB, 88 unidades ficaram sem funcionar na quarta-feira (10). O banco tem mais de 5.000 agências e postos de atendimento.

Os grandes bancos sofreram impacto da pandemia do novo coronavírus e vêm fazendo ajustes no período. Durante a crise sanitária, instituições encerraram atividades de agências pelo país, reduzindo o atendimento presencial.

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