Dólar recua 1,37% e atinge a menor cotação em duas semanas
No exterior, os índices americanos S&P, Dow Jones e Nasdaq fecharam com quedas de 0,10%, 0,29% e 0,05%, respectivamente
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Economia MERCADO-FINANCEIRO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar recuou 1,37% nesta terça-feira (6) e encerrou cotado a R$ 5,6010, no menor patamar em duas semanas. O recuo veio seguindo a fraqueza global da moeda americana em meio à busca por risco na esteira da melhora das perspectivas para a economia mundial.
O patamar de fechamento é o menor desde o último dia 23 de março, quando esteve em R$ 5,5168.
A taxa de câmbio também repercutiu notícias de que o presidente Jair Bolsonaro vetará parcialmente o polêmico texto do Orçamento 2021, que foi aprovado duas semanas atrás pelo Congresso e colocou em rota de colisão o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Guedes voltou a fazer declarações públicas nesta terça, assim como o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mas sem grandes repercussões no mercado.
No exterior, o índice do dólar operava nas mínimas desde também o dia 23 de março, enquanto o índice S&P 500 da Bolsa de Nova York se manteve perto de recordes, após o FMI (Fundo Monetário Internacional) projetar que o PIB mundial aumentará 6% neste ano, taxa não vista desde a década de 1970, graças principalmente a respostas de política econômica sem precedentes à pandemia de Covid-19.
O organismo também elevou as estimativas de expansão para América Latina, mercados emergentes e Brasil, embora a melhora no prognóstico para a economia brasileira tenha sido marginal.
O mercado também continuou a monitorar o noticiário sobre o Orçamento federal.
O dólar foi às mínimas do dia com informações de que Bolsonaro vetaria parte do texto aprovado pelo Congresso -conforme desejado por Guedes-, mas a sensação ainda é de desconforto sobre o valor de emendas a ser cortado da peça e como serão financiados programas como o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), voltado a pequenas empresas.
"O dólar poderia ter caído mais se não fosse essa preocupação fiscal. O mercado melhorou, mas o fato é que nada de efetivo foi anunciado", disse João Leal, economista da gestora Rio Bravo, que tem na conta um mínimo de R$ 20 bilhões em redução das emendas parlamentares e um modesto alívio extra para o dólar -para 5,55 reais no curto prazo.
Ainda neste cenário e também repercutindo o ambiente mais otimistas em relação à recuperação da economia no exterior, a Bolsa de Valores brasileira encerrou a sessão desta terça (6) praticamente estável (-0,02%), aos 117.498 pontos.
No exterior, os índices americanos S&P, Dow Jones e Nasdaq fecharam com quedas de 0,10%, 0,29% e 0,05%, respectivamente.