Pesquisa pela palavra ‘agiota’ no Google cresce 78% em 3 anos no Brasil
A alta mostra um comportamento preocupante do consumidor brasileiro que acaba recorrendo ao empréstimo rápido, mas com juros abusivos
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Economia Endividamento
O interesse do brasileiro pelo termo “agiota” disparou nos últimos três anos, segundo o Índice de Volume de Dados do Google Trends. O levantamento mostra que a pesquisa passou do patamar 56, em janeiro de 2013, para 100, este mês, registrando uma alta de 78,5%. A alta mostra um comportamento preocupante do consumidor brasileiro que, superendividado e sem acesso ao crédito oferecido pelas instituições financeiras, acaba recorrendo ao empréstimo rápido, mas com juros abusivos.
É fácil conseguir contato com um agiota pela internet. A partir de um fórum, a reportagem do jornal Extra contatou dois deles, pedindo a cada um R$ 2 mil. O primeiro respondeu que o empréstimo seria pago com uma entrada de R$ 177,78, mais 17 parcelas do mesmo valor. Os juros, neste caso, seriam de 6,3% ao mês. O outro exigiu o pagamento de 12 parcelas de R$ 169,39, mas uma “taxa” de US$ 75 (cerca de R$ 307) para a aprovação do crédito.
O Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública do Estado do Rio alerta que, sejam quais forem os juros, os empréstimos feitos por pessoas ou instituições não autorizadas pelo Banco Central são ilegais.
O índice de volume de dados do Google não se refere a buscas em números absolutos, mas em “porções”. Ele atinge “100” quando o termo for objeto de procura da maioria de cada 10% das pesquisas feitas no buscador.