Latam opera metade dos voos e espera chegar a 90% no final do ano
Hoje, a empresa opera 49% dos voos que mantinha em relação a maio de 2019
© Shutterstock
Economia LATAM-NEGÓCIOS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Latam anunciou na segunda-feira (24) que planeja fechar o ano operando 90% dos voos que realizava no final de 2019, recuperando boa parte da malha aérea perdida ao longo da pandemia
Hoje, a empresa opera 49% dos voos que mantinha em relação a maio de 2019. Trata-se de um avanço. A comparação entre os meses de abril deste ano com o de 2019 era menor: 38%.
A companhia afirma que se prepara para acompanhar a retomada da economia, mesmo que ainda em patamar de funcionamento abaixo do nível pré-pandemia. Segundo a Latam, a projeção leva em consideração que a procura por viagens aéreas domésticas vem aumentando, com base na evolução da vacinação.
Jerome Cadier, diretor-executivo da companhia, afirma que a Latam já voltou a operar todas as rotas que partiam do aeroporto de Guarulhos antes da pandemia.
"Em maio, iremos operar 250 voos diários e para julho programamos operar em torno de 400", afirmou Cadier. Antes da pandemia, eram cerca de 750 voos diários.
Para atingir os resultados planejados, a empresa pretende contratar 750 pilotos e comissários até o final de 2021, e está aguardando a chegada de sete aeronaves do modelo Airbus A320, que vão atuar na rota doméstica.
No ano passado, a empresa anunciou a demissão de 2.700 profissionais, 345 dos quais entraram em programa de demissão voluntária.
A Latam também anunciou um plano para quase dobrar sua frota de aviões cargueiros, passando de 11 para 21 aeronaves, do modelo 767.
Outra novidade é o fim do acordo de compartilhamento, o chamado codeshare, que mantinha com a Azul desde agosto, e permitia que clientes de uma das empresas utilizassem voos da outra em 64 rotas. O compartilhamento vai cessar em 22 de agosto deste ano.
De acordo com a Latam, a decisão levou em consideração a progressiva retomada dos voos a níveis mais parecidos com os de 2019.
"Este acordo de codeshare foi uma alternativa identificada pelas duas empresas para enfrentar a queda de vendas e redução de malha aérea durante o auge da pandemia. Com a perspectiva de melhoria, não há mais sentido", diz Cadier.
O diretor-executivo também afirmou que a quantidade de passageiros que se beneficiaram do acordo neste ano ficou "aquém das expectativas" da empresa.
Em nota, John Rodgerson, diretor-executivo da Azul, afirmou que a companhia percebeu que a consolidação da indústria seria importante para a recuperação da crise causada pela pandemia, que está ativamente estudando oportunidades de consolidação e contratou consultores financeiros para isso.
"Acreditamos que o encerramento do codeshare pela Latam seja uma reação ao processo de consolidação", disse Rodgerson.
Ele afirmou ainda que a companhia está emergindo da crise em posição de liderança em termos de liquidez e recuperação de malha. "Nossos planos não mudaram e estou confiante de que estamos na melhor posição para buscar alternativas estratégicas neste momento."