Mercado de TI deve crescer 2,6% em 2016, aponta IDC
Ainda assim, trata-se de um ritmo mais fraco que a estimativa de cerca de 5% para 2015
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Economia Expansão
A queda na comercialização de dispositivos e a transição no segmento de telecomunicações devem restringir o crescimento do mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) em 2016. De acordo com a consultoria IDC Brasil, a expansão projetada para o ano é de 2,6%, apoiada por internet das coisas, serviços em nuvem (Cloud), pagamentos móveis e big data. Ainda assim, trata-se de um ritmo mais fraco que a estimativa de cerca de 5% para 2015.
As vendas em 2016 devem ficar em torno de 40 milhões de celulares, seis milhões de PCs e cinco milhões de tablets, correspondentes a baixas anuais de cerca de 10%, 30% e 30%, respectivamente, afirmou o gerente de consultoria e pesquisa de consumo, Reinaldo Sakis. Apesar da baixa no volume, o executivo explicou que as quedas em valor são menos acentuadas, uma vez que os consumidores estão preferindo comprar equipamentos mais avançados.
"Vai ser um ano difícil porque não vamos vender 50 milhões ou 60 milhões de celulares como se falava há algum tempo. Já chegamos a ter números muito altos por causa da vontade dos usuários. Mas motivos econômicos, de mercado e o dólar alto estão atrapalhando a venda de dispositivos", afirmou o executivo. Ele ressaltou, no entanto, que o Brasil ainda é o sexto maior mercado de celulares do mundo, ao mesmo tempo em que se posiciona como oitavo em PCs e décimo em tablets.
Reinaldo Sakis contou ainda que, em conversas com empresários, os números da IDC Brasil foram considerados cautelosos e que as vendas no segundo semestre tendem a ser melhores, por causa de datas comerciais, como Black Friday e Natal. Entretanto, Sakis ainda evita estimar um horizonte de recuperação e crescimento para o comércio de dispositivos.
Outro segmento que deve enfrentar dificuldades em 2016 é o de telecomunicação. Para o gerente da área na IDC Brasil, João Paulo Bruder, o mercado de serviços corporativos (business) fechará 2016 com uma queda de 0,5% em comparação com 2016. Esse movimento é decorrente de perdas em serviços de voz fixa e móvel, o que não deve ser compensado pelo crescimento em dados e datacenters.
Com isso, as operadoras serão forçadas a investir mais em infraestrutura de redes, com foco na transmissão de dados sobre 3G e LTE Advanced. O único lado positivo para as operadoras no momento de transição em telecomunicações é o aumento da contratação de serviços pós-pagos, que possuem ticket maior e geram previsibilidade para as empresas.
Fatores de ajuda
Dentre os fatores que devem apoiar o mercado de TIC, os executivos citaram internet das coisas, serviços em nuvem (Cloud) e pagamentos móveis. João Paulo Bruder explicou que, em 2016, mais de 30% de todas as operações financeiras serão feitas a partir de pagamentos móveis, o que inclui aplicativos de celular para serviços bancários, de transporte e compra de presentes, por exemplo. Para efeito de comparação, essa fatia chegava a 10% em 2014 e atingia cerca de 2% em 2012.
O movimento em pagamentos móveis deve ser direcionado por um aumento da população bancarizada no País, ou seja, pessoas que possuem contas em bancos, ao mesmo tempo em que a oferta de internet 4G cresce no Brasil e os celulares em operação apresentam capacidade maior de implementar esses processos.
Os executivos do IDC também apontaram, diante da crise econômica nacional, que os setores de tecnologia das empresas sofrerão uma pressão crescente de áreas de negócios, uma vez que essa será uma das grandes soluções para aumento de eficiência e diferenciação competitiva. "As empresas perceberam que só reduzir o custo não funciona, porque volta em dobro no futuro. A busca hoje é por eficiência e diferenciação ao modificar processos", afirmou o gerente da área de enterprise, Pietro Delai.