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Bolsonaro diz que hidrelétricas podem parar e pede para 'apagar um ponto de luz em casa'

Com a maior crise hídrica dos últimos 91 anos, as hidrelétricas perderam espaço na oferta, enquanto o governo se viu obrigado a acionar térmicas –fonte mais cara, cujo custo é repassado ao consumidor

Bolsonaro diz que hidrelétricas podem parar e pede para 'apagar um ponto de luz em casa'
Notícias ao Minuto Brasil

04:40 - 27/08/21 por Folhapress

Economia ENERGIA-CRISE

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu nesta quinta-feira (26) para a população apagar um ponto de luz em casa para economizar energia. Ele disse que algumas hidrelétricas podem parar de funcionar por causa da crise hídrica.

O apelo do presidente foi feito em transmissão nas redes sociais. Bolsonaro afirmou que ainda que o governo não eleva as tarifas de energia "por maldade".
"Fazer um apelo para você que está em casa. Tenho certeza que você pode apagar um ponto de luz na sua casa agora. Peço esse favor a você, apague um ponto de luz agora", disse o presidente.

"Ajuda, assim, a economizar energia e água das hidrelétricas. E em grande parte dessas represas já estamos na casa de 10%, 15% de armazenamento. Estamos no limite do limite. Algumas vão deixar de funcionar se essa crise hidrológica continuar existindo", completou.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciou na quarta-feira (25) um plano de descontos na conta de luz para os consumidores regulados (ligados a distribuidoras) residenciais e empresariais que se dispuserem, voluntariamente, a economizar energia.

O governo rechaça que haverá racionamento de energia. A medida deverá entrar em vigor no início de setembro, mas o ministério não detalhou o plano. Albuquerque disse que, em conjunto com a agência, está definindo as metas de economia e os prêmios.

Assessores do Palácio do Planalto avaliam que a adoção de um racionamento no momento prejudicaria ainda mais Jair Bolsonaro em sua campanha pela reeleição. O presidente vê sua popularidade despencar diante de medidas contra a pandemia e da degradação do cenário econômico.

"Quando decreta bandeira vermelha não é maldade. É porque precisa pagar outra fonte geradora de energia. No caso, as termelétricas, que é muito mais cara", disse Bolsonaro.

O presidente também citou a possibilidade de reduzir a cobrança de ICMS na conta de energia. Sem dar detalhes, disse que está "trabalhando nisso aí" e citou esperar que governadores deixem de aplicar o imposto estadual.

Representantes de distribuidoras, associações de consumidores e analistas de mercado estimam que a bandeira 2 vermelha -a mais cara na conta de luz- terá de dobrar de valor em setembro para cobrir a alta dos custos de geração de energia.

Se a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) adotar medida nesse sentido, a conta de luz passará por um reajuste médio de 15,2%.

Com a maior crise hídrica dos últimos 91 anos, as hidrelétricas perderam espaço na oferta, enquanto o governo se viu obrigado a acionar térmicas –fonte mais cara, cujo custo é repassado ao consumidor.

As bandeiras -verde, amarela e vermelha- constam da conta de luz e servem para indicar a necessidade de se reduzir o consumo. Caso contrário, o cliente paga mais.

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