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Brasil cai para 28º em ranking do PIB, atrás de país que se vacinou mais cedo

O levantamento mostra que o Brasil perdeu nove posições no ranking de ritmo de crescimento econômico

Brasil cai para 28º em ranking do PIB, atrás de país que se vacinou mais cedo
Notícias ao Minuto Brasil

05:15 - 02/09/21 por Estadao Conteudo

Economia Fiasco

Países que iniciaram mais cedo o processo de vacinação da população ocupam as primeiras posições no ranking de crescimento econômico da agência classificadora de risco Austin Rating. A avaliação é do economista-chefe da agência, Alex Agostini, que elaborou o ranking a partir do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) dos países do segundo trimestre.

O levantamento mostra que o Brasil perdeu nove posições no ranking de ritmo de crescimento econômico na passagem do primeiro trimestre para o segundo trimestre deste ano, caindo para a 28ª colocação da lista de 44 países (dos quais 37 divulgaram seus resultados).

Nesta quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o PIB brasileiro do segundo trimestre recuou 0,1% frente aos três meses anteriores.

A lista foi liderada por países europeus, como Portugal (4,9%), Reino Unido (4,8%), Letônia (4,4%), Áustria (4,3%) e Islândia (4,2%).

Segundo Agostini, isso reflete o avanço da vacinação nos países, além das medidas econômicas adotadas para enfrentamento dos impactos da pandemia. No primeiro trimestre, o topo do ranking era ocupado pelos países asiáticos.

"A chamada segunda onda da covid-19 afetou países da Europa mais no ano passado. No Brasil, afetou no segundo trimestre, com o lockdown, ainda que parcial, realizado em maio e junho. A quebra da safra, claro, também afetou o PIB brasileiro. Mas não foi só isso. O lockdown afeta o consumo das famílias, que ficou estável no segundo trimestre, e responde por parte da queda do PIB da indústria", diz Agostini.

Ele lembra que a vacinação demorou para começar no Brasil. "Isso não é uma crítica ao governo Bolsonaro, nem a favor do governo Doria. O ponto é que, quando a vacinação demora a entrar, existe um efeito direto na confiança das famílias, do consumidor, do empresário, do investidor. Não se sabe quando o momento crítico vai ser superado", disse Agostoni, acrescentando que a preocupação agora é como a variante Delta do coronavírus pode afetar essas expectativas.

Pelas expectativas do último boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na segunda-feira, 30, o PIB brasileiro vai crescer 5,22% em 2021.

Para Agostini, o número não chega a ser motivo de comemoração. Ele lembra que o mundo vai crescer na faixa de 6% em 2021 e os demais membros do Brics - acrônimo para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - devem avançar ainda mais, próximo dos 7%.

"O grande desafio do Brasil vai ser crescer acima de 3% em 2022, um ano eleitoral, com politização forte e manifestações. É um ano em que a taxa básica de juros, a Selic, estará em um nível maior do que o atual e que teremos um risco de fornecimento de energia", afirma Agostini, que prevê crescimento de 2,4% do PIB brasileiro em 2022.

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