Investimento em startups no Brasil triplica em 2021 e bate recorde, diz KPMG
O dado, um recorde histórico, é de levantamento da consultoria KPMG em parceria com a ABVCAP (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital)
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FILIPE OLIVEIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As startups brasileiras receberam R$ 33,5 bilhões em investimento nos primeiros nove meses deste ano, mais de três vezes o valor registrado no mesmo período de 2020.
O dado, um recorde histórico, é de levantamento da consultoria KPMG em parceria com a ABVCAP (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital). Foram considerados valores investidos e anunciados pelos fundos de capital de risco, que se dedicam a startups que já estão no mercado e conquistaram seus primeiros clientes.
O avanço dos aportes em startups acontece ao mesmo tempo em que os investimentos de private equity voltados a empresas mais maduras e de capital fechado tiveram queda de 27%, somando R$ 4,5 bilhões nos primeiros nove meses do ano.
Houve alta tanto no número de startups investidas quanto no valor médio captado por elas.
A KPMG e a ABVCAP identificaram 226 operações de janeiro a setembro deste ano, ante 147 em 2020.
O investimento foi de, em média, R$ 130,7 milhões no último trimestre, 63% a mais do que no mesmo período do ano anterior.
Márcio Barea, gerente de estudos e pesquisas da ABVCAP, diz que algumas operações, consideradas mega rounds de investimento, superiores a R$ 1 bilhão, ajudaram a elevar o patamar dos investimentos no país.
Entre as startups que fizeram captações do tipo ao longo do ano estão Nubank, Quinto Andar, Gympass e Loft.
Outro fator que auxilia o mercado é a desvalorização do real em relação ao dólar, segundo Barea, por tornar o investimento no Brasil mais barato para fundos estrangeiros, que estão atuando em peso no Brasil.
Segundo Barea, há uma concentração dos investimentos no setor de fintechs e de empresas de software que atendem a setores variados. A pandemia também acelerou a criação de novos negócios e impulsionou os segmentos de ecommerce e saúde.
Sobre a redução dos investimentos em private equity, Barea aponta que uma das hipóteses para explicar o movimento está na entrada de alguns fundos, referência em aportes nas empresas mais maduras, no segmento de startups. Entre os gestores que fizeram o movimento estão o Advent e o Warburg Pincus.
Em mais um resultado favorável para o mercado brasileiro, os desinvestimentos dos fundos de Private Equity e Venture Capital, ou seja, vendas de participações nas empresas para outras companhias ou na bolsa de valores, foram de R$ 16,9 bilhões até setembro de 2021, 42% a mais do que no mesmo período do ano passado.
Em nota, Roberto Haddad, sócio-líder de private equity e venture capital da KPMG no Brasil, afirmou que o Brasil já é considerado um dos principais polos globais de empreendedores diferenciados com alto potencial de sucesso, e os fundos de venture capital e private equity tem viabilizado esses negócios.