Dólar fecha a R$ 4,94 e tem menor cotação desde junho de 2021
O real também apresentou a maior valorização frente à moeda americana em relação a outras divisas de países emergentes
© Shutterstock
Economia Mercado financeiro
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar comercial caiu 1,45% nesta segunda-feira (21), fechando a sessão a R$ 4,9440 na venda. É a menor cotação desde 29 de junho do ano passado, que foi de R$ 4,9420. O real também apresentou a maior valorização frente à moeda americana em relação a outras divisas de países emergentes.
Altas expressivas nas ações de grandes bancos e, principalmente, de empresas ligadas à produção de matérias-primas mostram que a Bolsa de Valores segue como um importante atrativo de dólares para o Brasil, o que tem contribuído para a queda da taxa de câmbio.
Antes do encerramento das negociações pós-fechamento da Bolsa, o Ibovespa subia 0,73%, a 116.154 pontos.
O saldo de investimentos de estrangeiros em ações brasileiras é de R$ 73,5 bilhões, segundo os dados mais recentes disponibilizados pela B3, a Bolsa de Valores do Brasil. É o equivalente a 72% do total de R$ 102,3 bilhões do saldo de todo o ano de 2021, melhor resultado da série histórica.
Nas negociações entre Rússia e Ucrânia, a recusa dos ucranianos em entregar Mariupol, após o ultimato russo, levava o mercado a reduzir suas expectativas sobre uma trégua.
Investidores demonstram receio de que o prolongamento da guerra prejudique a cadeia global de suprimentos. Esse temor provocava uma nova disparada no preço do petróleo. O barril do Brent subia 7,95%, a US$ 116,51 (R$ 578,58).
Em três altas seguidas desde a última quinta-feira (17), a commodity já subiu 18,82%.
Países da União Europeia consideram se juntar aos Estados Unidos em um embargo ao petróleo russo. Além da guerra na Ucrânia, um ataque a instalações petrolíferas sauditas neste fim de semana também pressionavam os preços da matéria-prima.
Os principais índices de ações de Nova York recuavam no final da tarde desta segunda (21) em reação a uma fala do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), Jerome Powell, sobre a necessidade de elevação dos juros para acelerar o controle da inflação. O país vem registrando as maiores altas nos preços em 40 anos.
Às 16h47, os indicadores S&P 500, Dow Jones e Nasdaq perdiam 0,19%, 0,91% e 0,89%, nessa ordem.
"Há uma necessidade óbvia de agir rapidamente para retornar a postura da política monetária a um nível mais neutro e, em seguida, passar para níveis mais restritivos, se isso for necessário para restaurar a estabilidade de preços", comentou Powell.
As autoridades de política monetária do Fed subiram os juros na semana passada pela primeira vez em três anos e sinalizaram altas contínuas dos juros no futuro.