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Preço da passagem aérea dispara em 2022 e deve continuar subindo

A disparada está relacionada ao aumento no preço dos combustíveis e à maior procura por viagens após a flexibilização das restrições impostas durante a pandemia.

Preço da passagem aérea dispara em 2022 e deve continuar subindo
Notícias ao Minuto Brasil

05:45 - 06/04/22 por Folhapress

Economia AVIAÇÃO-NEGÓCIOS

(FOLHAPRESS) - O preço médio das passagens aéreas no Brasil subiu até 62% de janeiro a março deste ano, considerando ida e volta, segundo um levantamento da Kayak, empresa especializada em busca de viagens. A disparada está relacionada ao aumento no preço dos combustíveis e à maior procura por viagens após a flexibilização das restrições impostas durante a pandemia.

A Kayak registrou neste primeiro trimestre um aumento de pelo menos 500% nas buscas pelos principais destinos domésticos e internacionais.

As maiores companhias de aviação comercial afirmam que o preço das passagens é dinâmico e está pressionado principalmente pela alta do QAV (querosene de aviação), que segue a cotação internacional do petróleo. No último dia 1º, a Petrobras anunciou um aumento de 18% no QAV, o que deve elevar ainda mais o preço da passagem.

Entre as 20 rotas nacionais mais buscadas, os voos para Brasília foram os que sofreram o maior reajuste (62%). As passagens para a capital federal custam em média R$ 1.052 (ida e volta), considerando voos com origem em todo o país até 31 de dezembro de 2022.

Na sequência do ranking de aumento de preços de voos domésticos estão Florianópolis (51%), São Paulo (49%), Navegantes (49%) e Rio de Janeiro (47%). A capital paulista é o destino interno mais procurado e as passagens custam agora, em média, R$ 1.021 (ida e volta).

A passagem nacional com o maior preço médio entre os 20 principais destinos é Maceió, R$ 1.587, que registrou aumento de 36% em relação ao começo do ano.

Dentre os 20 principais destinos internacionais, Barcelona, na Espanha, foi o voo com o maior reajuste (32%). Uma passagem para a cidade catalã custa em média R$ 4.541 (ida e volta).

Roma foi o destino que mais cresceu em buscas, segundo a Kayak. A procura por voos para a capital italiana subiu 1.326% nos três primeiros meses do ano.

O único voo da lista que ficou mais barato foi para San Carlos de Bariloche, na Argentina (-3%). O turismo na cidade é muito ligado às estações de esqui, que recebem mais visitantes durante o inverno.

PREÇO DA PASSAGEM PARA FERIADOS DE PÁSCOA E TIRADENTES

Em simulações feitas na manhã desta terça-feira (5), a reportagem encontrou preços amargos para passagens aéreas nos feriados nacionais de abril: Sexta-feira Santa (15) e Tiradentes (21).

Custava R$ 1.569 a viagem mais barata da Latam entre Rio de Janeiro e São Paulo, com a ida na sexta e volta no domingo da Semana Santa.

Para aproveitar o feriado de Tiradentes saindo de São Paulo na quinta (21) e retornando de Recife no domingo (24), a opção mais em conta pela Gol saía por R$ 1.707.

O mesmo feriadão prolongado, ida e volta, de Brasília a Belo Horizonte, não saía por menos de R$ 1.830 pela Azul.

COMPANHIAS AÉREAS RECLAMAM DO PREÇO DO COMBUSTÍVEL

Em nota, a Azul afirmou que os preços variam de acordo com alguns fatores importantes, como trecho, sazonalidade, compra antecipada, disponibilidade de assentos, entre outros. "Além disso, a companhia ressalta que a alta do dólar e do combustível, algo que vem ocorrendo sistematicamente, também são elementos que influenciam nos valores das passagens."

A Latam declarou que "permanece atenta à vulnerabilidade externa em função da guerra na Ucrânia, que impacta diretamente no preço do petróleo e, consequentemente, na alta do preço do querosene da aviação (QAV) e nos custos da empresa".

Disse também que a empresa precisou fazer algumas alterações em voos programados para os próximos meses e postergar o lançamento de novas rotas. "Esse cenário também impacta em aumento de preços das passagens e serviços adicionais da ordem de 25% a 30%."

A Gol afirmou que "as cotações atuais, as maiores desde 2008, impactam os custos das operações de todas as companhias aéreas, que têm justamente no preço do QAV a variável que mais interfere nos preços de passagens aéreas."

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