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Guedes diz que é 'natural' continuar no governo, se Bolsonaro for reeleito

Guedes sinalizou, no entanto, que isso dependerá dos apoios e dos rumos de um eventual próximo governo

Guedes diz que é 'natural' continuar no governo, se Bolsonaro for reeleito
Notícias ao Minuto Brasil

16:15 - 19/05/22 por Estadao Conteudo

Economia Governo

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que é "natural" que ele continue no governo, caso o presidente da República, Jair Bolsonaro, seja reeleito. Ele sinalizou, no entanto, que isso dependerá dos apoios e dos rumos de um eventual próximo governo.

"Acho que a centro-direita vai ganhar as eleições de novo. Se a coalizão seguir, é natural que eu ajude e esteja lá", afirmou Guedes. "É uma aliança de liberais e conservadores? Vão privatizar? Vai ter apoio? Se essa é a música, eu vou estar com 72, 73, vou estar entusiasmado, correndo atrás. Se a música mudar, estou velhinho, preciso descansar, preciso aproveitar minha vida."

Durante o seminário "Perspectivas econômicas do Brasil", promovido pela Arko Advice e o Traders Club, Guedes disse ainda que, nas eleições de 2020, a aliança de centro-direita avançou e o Congresso Nacional está mais reformista.

Demissão

O ministro da Economia comentou ainda sobre as sucessivas notícias de sua demissão do governo. "A turma balança para ver se cai, mas eu tô lá. Ainda posso cair... faltam quatro meses", disse, arrancando risadas da plateia durante o seminário.

Guedes disse que conversa com jornalistas e diz que alguns o estão decepcionando. "Mas é a só a gente? A gente fala merda, faz merda, mas a gente não faz merda consciente. Corrigindo: a gente erra....", afirmou.

Ele se disse triste com as críticas que recebe durante sua gestão da economia. "Fizemos 10, erramos um. E os nove que acertamos? Queríamos que fossem reconhecidos, mas não."

O ministro também voltou a relatar sobre as recomendações que recebeu para deixar o governo desde o início do mandato com a justificativa de manter sua biografia. "Tô cagando para a política. Quero ajudar a dar certo, estou preocupado é com a população. Então, vamos fazendo inimigos...", argumentou.

Para ele, o ruído da política está muito alto e precisa baixar. Há, inclusive, segundo Guedes, "veneno" de dentro do próprio governo para ver se o derrubam.

'Ruptura'

O ministro da Economia disse também que está acontecendo um fenômeno político interessante no Brasil e que o atual presidente Jair Bolsonaro ganhou eleições de 2018 sozinho. "Foi uma ruptura, um chega", comentou.

Guedes salientou que a vitória de Bolsonaro foi uma ruptura a um ciclo de política que, segundo ele, causou moratória, juro de dois dígitos, criou impostos excessivos e tornou a economia fechada, entre outros pontos. "É natural que quem ficou 30 anos no poder reclame", salientou.

O ministro comentou que, em sua viagem internacional já no posto, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, teve que enfatizar que acreditava nas instituições brasileiras, na democracia. "Fui a Davos e disse : vou surpreender vocês. Cadê o golpe? Quem deu golpe em quem?", relatou.

Guedes também comentou que, mesmo antes da pandemia de covid, já havia um descredenciamento do Brasil no exterior. "Tive de dizer que acreditava na democracia. Somos democracia resiliente. Se a moça que era terrorista, assaltava banco, pode ser presidente, então um capitão que não fazia nada disso podia ser presidente também", comentou citando indiretamente a ex-presidente da República Dilma Rousseff.

Crítica a sistema de reeleição

Mesmo reforçando sua posição contrária à reeleição, o ministro da Economia se mostrou favorável a um novo mandato do presidente Jair Bolsonaro. "A reeleição é tragédia brasileira. Era melhor ter mandato de cinco anos. Sempre fui a favor de acabar com a reeleição", afirmou.

Guedes disse que continua contra a reeleição, mas depois de dois governos de Fernando Henrique Cardoso, dois de Luiz Inácio Lula da Silva e dois de Dilma Rousseff, "dá pra ter dois de Bolsonaro". "Tomara que ele (Bolsonaro) faça reforma política", considerou, na hipótese de ele continuar no poder por mais quatro anos.

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