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Ciro propõe 'lei antiganância' para reduzir dívidas, em entrevista ao JN

A proposta poderia significar um tabelamento do crédito

Ciro propõe 'lei antiganância' para reduzir dívidas, em entrevista ao JN
Notícias ao Minuto Brasil

08:00 - 24/08/22 por Folhapress

Economia Proposta

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) prometeu criar uma "lei antiganância", por meio da qual o cidadão que pagar o equivalente a duas vezes sua dívida teria seu débito saldado.

Na prática, a proposta poderia significar um tabelamento do crédito, embora Ciro não tenha detalhado sua ideia, apresentada no minuto final da entrevista ao Jornal Nacional da TV Globo, na noite desta terça (23).

Logo após o programa, sua campanha divulgou nota na qual afirma que a lei pretende proteger o povo do abuso dos juros em empréstimos bancários.

"O Brasil cobra há anos os juros mais altos do mundo. Isso explica por que quatro bancos brasileiros estão entre os mais lucrativos do mundo. Vou dar um basta nisso criando a Lei Antiganância. Ela vai proibir os bancos de cobrarem mais de duas vezes o valor de um empréstimo ou de uma dívida que as pessoas têm no cartão de crédito ou no cheque especial. Ou seja, se você pegou R$ 100 e já pagou R$ 200, a dívida fica automaticamente quitada", disse Ciro Gomes em nota.

Ele afirma que esse tipo de lei já existe, por exemplo, na Inglaterra. "Aqui no Brasil obrigam as pessoas a pagar até mais de dez vezes uma dívida. Por que não pode haver controle de juros e multas exorbitantes no Brasil?", questiona o candidato.

"Vou olhar para quem tem pouco, libertando as pessoas da escravidão por dívidas".

Ciro, que foi foi sabatinado por William Bonner e Renata Vasconcellos nos estúdios da Globo no Rio de Janeiro, por cerca de 40 minutos, também defendeu unificar benefícios como a aposentadoria rural, o seguro desemprego, o BPC (que beneficia idosos pobres) e todos os programas sociais como Bolsa Família e Auxílio Brasil em uma renda mínima. Ele afirmou que o objetivo é incluir essa renda na Previdência Social, o que daria segurança constitucional aos contemplados.

O programa de renda mínima, batizado em homenagem ao vereador petista Eduardo Suplicy, é o carro-chefe da campanha de Ciro e pretende pagar cerca de R$ 1.000 mensais a cerca de 60 milhões de pessoas.
De acordo com Ciro, o custo do benefício seria coberto com um imposto sobre os super-ricos –os que tiverem patrimônio acima de R$ 20 milhões.

"Com apenas 50 centavos para cada R$ 100 que tiver, cada super-rico vai financiar a renda mínima de 821 brasileiros mais pobres", disse o candidato.

O candidato também prometeu proteger a Zona Franca de Manaus e afirmou que a melhor maneira de evitar o desmatamento da Amazônia é dar alternativas econômicas aos moradores da reunião.

Sobre o plano de gerar 5 milhões de empregos, ele afirmou que as vagas virão da retomada de obras paradas, de contenção de encostas e de infraestrutura de saneamento.

Embora seu plano de governo não tenha falado de privatizações –um tema que divide fortemente os candidatos Lula (PT), que é contra, e Bolsonaro (PL), que é a favor–, Ciro disse que entregar saneamento ao setor privado pode levar a desigualdade de atendimento.

Segundo ele, o marco do saneamento aprovado há dois anos foi um avanço, mas o estado precisa ser responsável pelo planejamento.

Apesar de estar estacionado em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, o candidato do PDT pretende manter a estratégia de se colocar como alternativa à polarização política entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), que lideram a disputa.

Pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (18) mostra que Ciro mantém 7% –distante do petista, com 47%, e do atual presidente, com 32%. Trata-se do mesmo percentual registrado pelo pedetista no levantamento divulgado no fim de maio.

Bolsonaro foi o primeiro a ser entrevistado pelo Jornal Nacional, entre os candidatos mais bem colocados postulantes à Presidência da República.

Ao longo da semana, ainda serão recebidos os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva, do PT (25, quinta) e Simone Tebet, do PMDB (26, sexta).

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