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Guedes defende desoneração da folha na saúde e diz que impacto 'não é espantoso'

Guedes afirmou que recebeu um telefonema de Bolsonaro pela manhã sugerindo o corte de impostos, que já existe para outras 17 categorias, e afirmou que o impacto na arrecadação do governo deve ficar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2,5 bilhões.

Guedes defende desoneração da folha na saúde e diz que impacto 'não é espantoso'
Notícias ao Minuto Brasil

09:30 - 14/10/22 por Folhapress

Economia PAULO-GUEDES

(FOLHAPRESS) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta quinta-feira (13) a desoneração da folha de pagamento na área da saúde, prometida pelo presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), para compensar o custo do pagamento do piso salarial da enfermagem.

Guedes afirmou que recebeu um telefonema de Bolsonaro pela manhã sugerindo o corte de impostos, que já existe para outras 17 categorias, e afirmou que o impacto na arrecadação do governo deve ficar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2,5 bilhões. "O número não é espantoso. Como é um número comum, falei ao presidente que parece razoável."

"Tem candidato aí prometendo uma porção de coisas que não vai fazer nunca, por que o presidente não vai fazer uma coisa que pode ser feita?", disse o ministro, que defendeu uma desoneração geral para tirar trabalhadores da informalidade.

Guedes está em Washington para participar das reuniões anuais do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial. Nesta quinta (13), participou de reunião com o novo ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa. No evento, convocado pelos argentinos, segundo Guedes, Massa tratou de financiamentos de órgãos como o Banco Interamericano de Desenvolvimento para projetos na Argentina que podem beneficiar a região, e pediu apoio do Brasil em pleitos do tipo –é o caso de um gasoduto na região de Vaca Muerta, na Patagônia, por exemplo. "A Argentina tem muito gás e o Brasil procura reindustrialização em energia barata", afirmou Guedes.

Para o ministro, a linha ideológica do governo portenho, comandado pelo esquerdista Alberto Fernández, de quem Bolsonaro é crítico contumaz, não tem sido um impeditivo para diálogos comerciais. "É bom para a região", disse Guedes, que voltou a afirmar que vislumbra um futuro com uma moeda única para a América, um "peso-real", nos moldes do euro na Europa.

Questionado se pediu apoio da Argentina a uma indicação brasileira para a presidência do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que o governo brasileiro deve fazer dentro das próximas duas semanas, Guedes negou, mas afirmou que tem tido conversas informais sobre o assunto.
Pela tarde, Guedes encontrou-se com o secretário-geral da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), Mathias Cormann –o Brasil pleiteia uma vaga no chamado clube dos países ricos. Com Cormann, discutiram o avanço da candidatura do país, com tratado tributário e de meio ambiente. A jornalistas o ministro disse esperar que a adesão seja concluída até o ano que vem.

Guedes também conversou com a diretora-geral da Organização Mundial do Comércio, Ngozi Okonio-Iweala. O ministro afirmou que vai indicar o embaixador Sarquis José Buainain Sarquis, hoje secretário de Comércio Exterior e Assuntos Econômicos do Itamaraty, para ocupar o cargo de delegado do Brasil junto à Organização Mundial do Comércio no lugar do diplomata Alexandre Parola, cujo mandato se encerra em breve. A indicação precisa de aval do Senado.

Mais cedo, pela manhã, Guedes participou de café da manhã com ministros das finanças do G20, convocado pela Índia. O ministro tem defendido, ao lado de Índia e Indonésia, a criação de um novo modelo de compensação ambiental pelo qual países ricos paguem pela preservação do meio ambiente, na compra por exemplo de créditos de carbono.

À tarde, reuniu-se no FMI o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês), que discute ameaças à estabilidade do mercado financeiro global. Segundo o ministro, houve consenso que os riscos vêm subindo cada vez mais, com o fim da Guerra da Ucrânia fora do horizonte próximo.

Na quarta (12), Guedes já havia participado de duas reuniões do G20, em que voltou a defender o papel do Brasil na garantia da segurança alimentar e energética do mundo, e afirmou que o país está em transição para uma economia digital e verde.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também participou do evento. Ele está com agenda cheia na capital americana e se encontrou nesta quinta com chefes de uma série de fundos de investimento –BlackRock, Discovery Capital Management, Kirkoswald e Roubini Macro. Também participou de jantar promovido pelo Fed, o banco central americano, com presidentes de uma série de bancos centrais.

Na sexta (14), participa de encontros com investidores organizados pelo Itaú e pelo banco UBS-BB, além de evento no Departamento do Tesouro. Guedes também falará com executivos em evento promovido pelo Itaú, além de participar das reuniões do FMI.

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