Bolsonaro defende ex-presidente da Caixa afastado por assédio sexual
'Não vi nenhum depoimento mais contundente de qualquer mulher', diz Bolsonaro sobre Pedro Guimarães
© Adriano Machado/Reuters
Economia BOLSONARO-ENTREVISTA
(FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (PL) relativizou nesta segunda-feira (24) as denúncias contra o ex-presidente da Caixa Econômica Pedro Guimarães, que deixou o cargo em junho deste ano após ser alvo de três denúncias de assédio sexual e outras nove de assédio moral.
Os relatos apontam, entre outras ações, toques indesejados e convites inapropriados em eventos, gabinetes, garagem e dentro de carro da Caixa.
Bolsonaro afirmou em entrevista ao portal Metrópoles, que revelou o caso, que não viu "nada contundente" nas denúncias que foram apresentadas.
"Desconheço a vida particular dele. Eu o conheço enquanto presidente da Caixa, fez um excelente trabalho lá dentro. Agora comigo tudo é potencializado. Virou um incêndio enorme em poucas horas. Chamei, conversei com ele e optei pelo afastamento, que foi prontamente aceito por ele, que não contestou. E ele está respondendo", disse o presidente.
"Não faço parte do Poder Judiciário. Agora, não vi nenhum depoimento mais contundente de qualquer mulher. Vi depoimento de mulheres que sugeriam que isso poderia ter acontecido. Está sendo investigado também", completou.
Bolsonaro depois repetiu seu argumento de que não teve contato com acusações concretas contra Guimarães e apenas depoimentos de "pessoas que se sentiram assediadas".
"Como eu disse para você, eu não vi nada contundente. Eu vi depoimentos de pessoas que se sentiram assediadas. Está nas mãos da Justiça, do Ministério Público para apurar as denúncias", completou.
O MPT (Ministério Público do Trabalho) pediu no fim de setembro que a Justiça condene o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães a pagar R$ 30,5 milhões pelas práticas de assédio sexual, moral e discriminação contra funcionários do banco. Ele nega as acusações.
Segundo informações enviadas pelo banco ao Ministério Público do Trabalho, três funcionárias denunciaram o ex-presidente nos canais internos por assédio sexual. Guimarães também foi alvo de nove denúncias por assédio moral.
A investigação conduzida pela corregedoria do banco confirmou as informações levantadas pelo Ministério Público. A conclusão foi apresentada ao Conselho Diretor da Caixa e enviada às autoridades.