Campos Neto reitera que quer trabalhar junto com governo federal
Ele participou de evento do BTG Pactual na manhã desta terça.
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Economia Campos Neto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reiterou nesta terça-feira, 14, que quer trabalhar junto com o governo federal e está à disposição para oferecer uma opinião técnica ao Executivo. Ele participou de evento do BTG Pactual na manhã desta terça.
Campos Neto voltou a defender que é possível coordenar política fiscal responsável com política social. Ele repetiu que o ideal é que os programas sejam temporários, direcionados e sob medida, mas ponderou que o governo está "na direção certa" sobre o tema fiscal.
"Tem de ter uma escolha, tem de ter uma priorização de gastos. Eu conversei outro dia com a ministra Simone Tebet, do Planejamento e ela falou muito disso, como prioriza, melhora a qualidade de gastos, achei muito boa a conversa", disse Campos Neto.
Reuniões do CMN e voto do BC
O presidente do Banco Central repetiu que se posicionou contra a proposta de se exigir uma decisão unânime do Conselho Monetário Nacional (CMN) para se alterar as metas de inflação. O colegiado é composto pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo chefe do BC.
"Se eu tivesse de olhar os extremos, entre preferir unanimidade e preferir o Banco Central não ter voto e ser só um assistente técnico, eu preferia a outra, porque a gente acha que tem um pouquinho de conflito de interesse no fato de você determinar sua própria meta", disse, no evento organizado pelo BTG Pactual.
As declarações ecoaram a entrevista do presidente do BC ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira, 13, quando ele já havia dito ter se posicionado contra uma mudança nas regras sobre a deliberação do CMN. Hoje, o colegiado pode tomar as decisões sobre os alvos por maioria simples - portanto, o governo poderia mudar a meta contra a vontade do BC.
Nesta terça, Campos Neto reiterou ser contrário a uma mudança das "regras do jogo" e disse que a autoridade monetária seguirá o alvo definido pelo CMN. Ele acrescentou que a meta não é um instrumento de política monetária e disse considerar que o sistema brasileiro funciona bem hoje.
Questionado sobre se o CMN poderia tomar uma decisão sobre as metas na sua reunião marcada para quinta-feira, 16, o presidente do BC não respondeu. "Vocês vão ter de esperar, mesmo porque o presidente do CMN é o ministro da Fazenda, o Banco Central tem um voto de três", disse.
Ele repetiu que o sistema de metas pode ser aperfeiçoado, mas alertou que o aumento dos alvos pode levar a uma elevação das expectativas e reduziria a flexibilidade para a condução da política monetária.