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Revisão do Bolsa Família pode gerar economia de até R$ 7 bi ao governo, diz Tebet

Tebet afirmou que muitas pessoas que não se enquadravam no programa foram incluídas no Bolsa Família, mesmo sem ter direito

Revisão do Bolsa Família pode gerar economia de até R$ 7 bi ao governo, diz Tebet
Notícias ao Minuto Brasil

22:36 - 26/04/23 por Folhapress

Economia Governo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A revisão de beneficiários do Bolsa Família inscritos no CadÚnico (Cadastro Único) pode gerar uma economia de até R$ 7 bilhões ao governo, afirmou nesta quarta-feira (26) a ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento).

O impacto seria anual, por retirar do programa social beneficiários que não têm direito a receber os recursos.

Tebet foi convidada pela FPE (Frente Parlamentar do Empreendedorismo) para falar sobre arcabouço fiscal. Ao explicar o trabalho da Secretaria de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos, a ministra citou a revisão, que está sendo feita pelo Ministério do Desenvolvimento Social.

"Ninguém discute que o Bolsa Família é uma necessidade no Brasil", disse. "Mas nós sabemos que ao longo do tempo o CadÚnico foi mal utilizado, perdeu focalização. Não se cobrou, por exemplo, criança na escola, não se deixou assistente social olhar família, temos caso de pedofilia e tudo mais."

Tebet afirmou que muitas pessoas que não se enquadravam no programa foram incluídas no Bolsa Família, mesmo sem ter direito.

"O que faz a avaliação de políticas públicas, junto com o Ministério do Desenvolvimento Social? Nós estamos revendo o CadÚnico, não para fazer uma economia, porque não é isso que nós falamos, para ver quem está no cadastro e que não tem direito, especialmente homens, solteiros, que estão trabalhando e muitas vezes vão para a informalidade para poder ganhar R$ 600."

"Com isso, nós estamos falando que podemos ter uma economia de até R$ 7 bilhões. É disso que se trata planejamento, avaliação de políticas públicas."

Tebet defendeu o arcabouço e disse que o objetivo principal da nova regra fiscal proposta pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva não é cortar gastos públicos.

"Embora não venha com objetivo de cortar, vai ter como consequência corte de gastos. Mas o objetivo do arcabouço fiscal, esse regime fiscal sustentável que todos nós queremos, esse arcabouço vem para reequilibrar nossas contas públicas e adequar um compromisso social do governo que se elegeu legitimamente pelo povo com a responsabilidade fiscal que todos nós temos que ter", disse a ministra.

Na avaliação de Tebet, a instalação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar os ataques golpistas de 8 de janeiro não deve ter reflexo sobre a tramitação do texto. "Acho que o impacto vai ser zero", disse.

"Essa CPI mista é muito diferente da CPI da pandemia, onde todo mundo estava em casa e virou um verdadeiro BBB e nós estávamos falando de vida, estávamos falando da nossa vida, quando é que íamos voltar para o mercado de trabalho, quando é que a economia ia voltar a abrir as suas portas", exemplificou.

"Agora estamos falando de um fato gravíssimo que aconteceu no dia 8 de janeiro, que precisa sim ser apurado. Eu sou defensora de qualquer CPI que tenha fato determinado e assinaturas devidas, porque é um direito das minorias, mas ela vai correr paralelo ao arcabouço fiscal."

A ministra vê apoio de governo e oposição às novas regras fiscais, mas reconhece que o texto deve sofrer ajustes no Congresso. O próprio governo já indicou que quer fazer mudanças no projeto, ampliando a lista de exceções de despesas e flexibilizando o uso da inflação nos cálculos.

"Acredito que será muito rápido especialmente na Câmara. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já se comprometeu com o governo de colocar em pauta ainda neste mês de maio. Portanto, até o final de maio sair da Câmara dos Deputados e ir para o Senado."

Tebet também citou a possibilidade de arrecadação adicional com medidas envolvendo imposto de importação. "Não vamos esquecer só da palavrinha contrabando, sonegação", disse.

"Tentamos e agora vamos fazer de outra forma a questão que atinge diretamente o varejo nacional, que é a questão de algumas empresas, não sei o nome que se dá na rede social, pelo menos três que não vale a pena mencionar, que a princípio estariam se passando por pessoas físicas dentro de uma cota subestimada para poder utilizar-se de uma lei que existe, uma permissão de não ser tributada compras de até US$ 50", disse.

"Isso daria ou dá um incremento significativo, se fazer através de uma ampla fiscalização em Curitiba, na parte de filtro dessas mercadorias, até porque elas atrapalham e muito o setor produtivo no Brasil, o comércio."

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