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Lula diz que não dará 'cavalo de pau' na economia

A fala do presidente aconteceu no momento em que defendia que seu governo continue a adquirir credibilidade e oferecer previsibilidade, tanto para os trabalhadores comuns, como para grandes empresários.

Lula diz que não dará 'cavalo de pau' na economia
Notícias ao Minuto Brasil

05:10 - 27/09/23 por Folhapress

Economia LULA-ECONOMIA

(FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (26) que, durante seu governo, a política econômica será mantida de uma forma "serena" e que não haverá mudanças bruscas de direção, nenhum "cavalo de pau".

"A economia vai continuar serena. Aqui ninguém vai dar cavalo de pau na economia, não vai inventar. Vai fazer o que precisa fazer. Embora a gente queira tratar todo mundo com muito respeito, são as pessoas mais necessitadas, trabalhadores mais pobres que terão atenção especial desse governo enquanto esse governo existir", afirmou o mandatário.

A fala do presidente aconteceu no momento em que defendia que seu governo continue a adquirir credibilidade e oferecer previsibilidade, tanto para os trabalhadores comuns, como para grandes empresários.

Lula participou na manhã desta terça-feira de evento no Palácio do Planalto para o lançamento de uma estratégia para o desenvolvimento do complexo industrial do setor de saúde no país.

O mandatário exaltou em diversos momentos o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, elogiando a sua "serenidade" em diferentes momentos dos primeiros meses de governo, tanto em vitórias como em derrotas.

Lula também voltou a falar que é a favor da conclusão do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, mas que vai lutar para manter as compras governamentais, que ele considera fundamental para o desenvolvimento interno.

"A gente quer fazer o acordo com a União Europeia. Mas a gente não vai ceder [na questão das] compras governamentais porque é a chance que a gente tem de fazer nossa empresa crescer. Foi assim que cresceram os Estados Unidos, a Alemanha. Por que Brasil não pode crescer?'", questionou.

Em diversos momentos de sua fala, o presidente tocou na questão de construir credibilidade, internamente e nas relações internacionais, além de trabalhar para manter a previsibilidade.

"Credibilidade a gente conquista quando a gente faz compromisso e cumpre os compromissos que a gente assumiu. Se você não cumpre o primeiro, você é perdoado, o segundo você ainda é perdoado, mas, se não cumprir o terceiro compromisso, você nunca mais será respeitado", afirmou o mandatário.

O presidente depois comparou a situação com uma mulher em busca de um casamento, que pesquisa os antecedentes do pretendente. Disse que as mulheres procuram ver se ele "tem um currículo, um passado, bom comportamento".

O governo anunciou nesta terça-feira (26) seis programas estruturantes do Complexo Econômico Industrial. Uma das prioridades é o reforço na produção de insumos de doenças determinadas socialmente, como tuberculose, doença de Chagas, hepatites virais.

A iniciativa conta também com investimento em doenças crônicas, como câncer, cardiovasculares, diabetes e doenças imunológicas.

Outro eixo é a parceria de desenvolvimento produtivo em articulação com o setor privado para a transferência de tecnologia. A estimativa é que o poder público atraia até 2026 em torno de R$ 23 bilhões do setor privado.

A intenção do Ministério da Saúde com a retomada do Complexo Econômico Industrial da Saúde, que ocorreu em abril deste ano, é produzir 70% das necessidades do SUS em até 10 anos.

A falta de IFA, por exemplo, para a fabricação de vacinas durante a pandemia e o desabastecimento de medicamentos essenciais expuseram a dependência do país a importações.

Em Cuba, ocorreu a assinatura de um protocolo de cooperação com foco no fortalecimento do complexo industrial. A intenção é a produção de medicamentos e vacinas para doenças crônicas para atender o PNI (Programa Nacional de Imunização) e as necessidades de Cuba.

A ministra da Saúde, Nisia Trindade, disse que o complexo visa reduzir a vulnerabilidade do SUS, isso porque o Brasil importa cerca de R$ 20 bilhões ao ano de insumos pela baixa produção nacional.

"Essa política foi amplamente discutida com os movimentos sociais e com a participação da sociedade, que definiu o Complexo Econômico como uma política do estado comprometida com a demanda da sociedade brasileira", disse.

VEJA OS SEIS PROGRAMAS ESTRUTURANTES DO COMPLEXO INDUSTRIAL

Programa de parceria para o desenvolvimento produtivo: articulação do governo com o setor privado para a transferência de tecnologia;

Programa de desenvolvimento e inovação local: investimento em iniciativas locais com foco tecnológico, como na inteligência artificial para a detecção precoce de doenças;

Programa para preparação em vacinas, soros e hemoderivados: Estimula a produção nacional de tecnologias, como vacinas e medicamentos;

Programa para populações e doenças negligenciadas: produção de medicamentos com foco em doenças negligenciadas, como tuberculose, hanseníase;

Programa de modernização e inovação na assistência: Ampliação do Complexo Industrial deve ser articulada com entidades filantrópicas, responsáveis por 60% de todo atendimento de alta complexidade;

Programa para ampliação e modernização da infraestrutura: Articula investimentos públicos e privados para a expansão produtiva e da infraestrutura do próprio Complexo.

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