Americana é terceira mulher a ganhar o Nobel de Economia desde 1969
Nas 52 edições do prêmio econômico entre 1969 e 2020, a láurea foi dividida por dois economistas 20 vezes, e em sete anos teve três premiados
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Desde que o prêmio Nobel de Economia passou a ser concedido, em 1969, só três mulheres foram premiadas. A terceira foi a vencedora deste ano, a economista americana Claudia Goldin, 77, por suas pesquisas sobre mulheres no mercado de trabalho.
A economista francesa Esther Duflo, pesquisadora do MIT (Massachusetts Institute of Technology), recebeu em 2019 a láurea com seu marido Abhijit Banerjee, também do MIT, e com o Michael Kremer, da Universidade Harvard.
Dez anos antes, em 2009, Elinor Ostrom, da Universidade de Indiana, havia se tornado a primeira mulher a receber o prêmio, dividido com Oliver Williamson, da Universidade da Califórnia em Berkeley.
Esther Duflo foi também a mais jovem premiada da história do Nobel de Economia: tinha 46 anos.
"Espero que mostrar que é possível para uma mulher ser bem-sucedida e reconhecida pelo sucesso irá inspirar muitas, muitas outras mulheres a continuar trabalhando e muitos outros homens a lhes dar o respeito que merecem", disse a pesquisadora ao receber o prêmio.
Tanto em pesquisas individuais como em trabalhos conjuntos, os três pesquisadores laureados em 2019 fizeram ao longo de 20 anos trabalhos pioneiros, muitos deles a partir de experimentos com populações em países pobres, como Quênia e Índia.
Ao ir a campo e testar hipóteses, os três economistas trouxeram evidência de que mais livros didáticos nos currículos e refeições gratuitas em escolas têm efeitos pequenos sobre a aprendizagem. Muito mais eficaz, segundo suas conclusões, são ações desenhadas especificamente para ajudar os alunos com maiores dificuldades.
"As descobertas da pesquisa dos ganhadores do prêmio de ciências econômicas de 2019 melhoraram dramaticamente nossa habilidade de combater a pobreza na prática", afirmou a Academia Real Sueca de Ciências, responsável pela premiação.
Em 2009, a americana Elinor Ostrom foi a primeira mulher a ser laureada com o Nobel de Economia ao lado do conterrâneo Oliver Williamson.
Ela foi premiada por seu trabalho na demonstração de como propriedades em comum podem ser utilizadas por associações de usuários. Já ele foi por sua teoria sobre resolução de conflitos entre corporações.
"Nas últimas três décadas, esses trabalhos seminais contribuíram para fazer avançar a pesquisa em governança econômica das margens para a dianteira da atenção científica", declarou o comitê, em um comunicado.
A pesquisa de Ostrom, da Universidade de Indiana, se concentrava nas interações entre a sociedade civil e as instituições. Pesquisadora do programa de ciências cognitivas da Universidade de Indiana (EUA), ela colocava como suas áreas de interesse modelos para explicar a dinâmica das escolhas coletivas em diversas instâncias da sociedade. Morreu em 2012, aos 78 anos.
O Nobel de economia é concedido pela Real Academia Sueca de Ciências, de acordo com os mesmos princípios dos Prêmios Nobel originais, que são atribuídos desde 1901.
A candidatura é feita apenas por convite e, por regulamento, os nomes dos indicados e outras informações sobre as indicações não podem ser revelados até 50 anos depois.
Universidades e economistas americanos são três quartos dos 92 premiados de 1969 a 2022: 70 dos que receberam o Nobel de Economia eram pesquisadores americanos, alguns deles com dupla nacionalidade. A segunda nação com maior número de laureados é o Reino Unido, com 10 (alguns também com dupla nacionalidade), seguido, pela França, com 4, e pela Noruega, pela Holanda e por Israel, com 3.
Também receberam o Nobel dois suecos, dois indianos e dois americanos nascidos no Canadá. Rússia, Finlândia, Polônia, Áustria, Alemanha, Itália, Hungria e Chipre têm um economista premiado.
Nas 52 edições do prêmio econômico entre 1969 e 2020, a láurea foi dividida por dois economistas 20 vezes, e em sete anos teve três premiados.
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