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Inflação cede, e preço do brinquedo sobe menos no Dia das Crianças

Em 12 meses até outubro, uma cesta com 11 bens e serviços associados ao Dia das Crianças deve acumular inflação de 7%

Inflação cede, e preço do brinquedo sobe menos no Dia das Crianças
Notícias ao Minuto Brasil

14:00 - 10/10/23 por Folhapress

Economia Preços

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O Dia das Crianças de 2023 deve trazer algum alívio para o bolso de pais e mães em busca de presentes de última hora para os filhos no Brasil. É que os preços de itens como brinquedos e roupas infantis sobem menos neste ano, se comparados a 2022. A data será comemorada na quinta-feira (12).

Em 12 meses até outubro, uma cesta com 11 bens e serviços associados ao Dia das Crianças deve acumular inflação de 7%, projeta a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

A entidade fez a estimativa a partir dos dados do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), disponíveis até setembro e divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em 2022, a inflação acumulada pela mesma cesta de 11 bens e serviços do Dia das Crianças havia alcançado 9,9% nos 12 meses até outubro. A alta prevista para 2023 (7%) é a menor em três anos -ou seja, desde 2020 (3,5%).

Apesar da desaceleração, a inflação da data tende a ficar acima do IPCA-15 como um todo. Para o índice geral, a CNC prevê avanço de 5,2% nos 12 meses até outubro deste ano.

Juros e dólar atenuam alta dos brinquedos, diz economista

Dos 11 itens analisados na cesta do Dia das Crianças, o brinquedo teve a maior inflação até outubro de 2022: 19,9%.

Em igual período de 2023, a alta deve desacelerar para 5,8%. Em outras palavras, os preços não terão queda, mas tendem a apresentar um avanço menos intenso no acumulado.

Fabio Bentes, economista sênior da CNC, atribui a desaceleração dos brinquedos a uma combinação de dois fatores.

O primeiro é o nível elevado dos juros, que esfria a demanda por bens e serviços, dificultando o aumento dos preços. O segundo é a trégua do dólar, que alivia os custos de produção na indústria.

"Essa desaceleração dos brinquedos é um subproduto do aperto monetário e um reflexo da taxa de câmbio. Boa parte das mercadorias é montada aqui. Quando o câmbio recua, tem reflexos nos preços", afirma Bentes.

Roupas também desaceleram

Um movimento semelhante deve atingir outros componentes da cesta do Dia das Crianças. É o caso das roupas infantis, cujos preços acumularam alta de 15,4% nos 12 meses encerrados em outubro de 2022. A inflação tende a ficar em 4,6% no mesmo período de referência deste ano.

Pelas projeções da CNC, apenas dois componentes da cesta devem ter baixa dos preços no acumulado até outubro de 2023. São os casos do videogame (-8,5%) e da bicicleta (-0,1%).

De acordo com a entidade, em volume de vendas, o Dia das Crianças é considerado o terceiro evento mais relevante do calendário do varejo nacional. Fica atrás apenas do Natal e do Dia das Mães.

Neste ano, o Dia das Crianças deve movimentar R$ 8,44 bilhões no setor. Caso a expectativa seja confirmada, o varejo terá uma alta de 1,2% nas vendas em relação a 2022 (R$ 8,34 bilhões), já descontando a inflação.

O montante previsto para 2023 (R$ 8,44 bilhões) está em nível similar ao patamar do pré-pandemia. Supera em torno de 0,2% a marca registrada no Dia das Crianças de 2019 (R$ 8,42 bilhões).

O segmento de vestuário e calçados, diz a CNC, será o destaque neste ano. Deve responder por aproximadamente 33% (R$ 2,83 bilhões) do volume projetado. Em seguida, aparece o ramo de eletroeletrônicos e brinquedos (25% ou R$ 2,13 bilhões).

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