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Pix vai tomar funções do cartão de crédito, diz presidente do BC

A declaração de Campos Neto vem num momento em que o BC conduz discussões para limitar as altas taxas de juros do rotativo do cartão de crédito

Pix vai tomar funções do cartão de crédito, diz presidente do BC
Notícias ao Minuto Brasil

17:36 - 18/10/23 por Folhapress

Economia Transações

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira (18) que as inovações do Pix vão permitir que o instrumento exerça funções que, hoje, são do cartão de crédito.

Em evento de premiação da Band, o chefe do BC mencionou algumas atualizações pelas quais a tecnologia vai passar. "Temos novas adições ao Pix. Olhamos para uma parte internacional, para a parte dos pagamentos programáveis. Ele vai tomando uma função que, hoje, é do cartão de crédito, que é você poder fazer um fluxo de pagamentos ao longo do tempo", disse.

A declaração de Campos Neto vem num momento em que o BC conduz discussões para limitar as altas taxas de juros do rotativo do cartão de crédito, atualmente em 445,7% ao ano.

O Pix já oferece a opção de agendamento de acordo com o dia escolhido pelo pagador. Ainda não é possível, porém, escolher o horário para a transação -ela ocorre no início do dia escolhido.

O plano do BC é adicionar a função débito automático no Pix em 2024, da mesma forma como os bancos permitem pagamentos programáveis de contas recorrentes.

"O Pix é um pedaço de um plano muito maior, que inclui uma competição, uma digitalização e uma tokenização maior", disse o presidente do BC.

Campos Neto destacou o Open Finance, que permite a portabilidade de produtos financeiros em tempo real, e o Drex, moeda digital do BC, como os próximos passos da agenda da instituição. "A moeda digital também vai ajudar muito a negociação. Ela vai remover o custo transacional de contratos, registros, e vai interagir com o Pix em algum momento."

Ele destacou que, em quase três anos de utilização, o Pix chegou ao recorde de cerca de 170 milhões de negócios em um dia e espera que, no futuro, o volume se assemelhe à quantidade de cidadãos brasileiros, ao redor de 200 milhões.

"O Pix cresceu muito, foi uma adoção mais rápida do que esperávamos. A primeira vez que eu experimentei o processo do Pix de ter que olhar para o celular, reconhecer a identidade facial, em uma jornada de três e quatro cliques, meu primeiro pensamento era de ele teria uma adoção mais lenta", afirmou.

O presidente do BC também disse que, ao contrário do temor inicial dos bancos, o Pix aumentou a bancarização do país, levando à abertura de 6 milhões de contas.

"Eu sempre dizia para o setor financeiro que eles precisavam entender que em algum momento eles iam ter que ter um pedaço menor, mas de uma torta muito maior, porque é importante crescer a torta".

Campos Neto disse que outra vantagem que o Pix trouxe para o setor financeiro foi o aumento da competitividade. "Como ele é homogêneo para qualquer um que entra no sistema financeiro, ele garante uma qualidade mínima e faz com que a barreira de entrada seja menor para a competição."

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