OSX, de Eike Batista, pede recuperação judicial pela segunda vez
Eike Batista foi considerado o sétimo homem mais rico do mundo em 2012 pela revista Forbes
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Economia Justiça
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A OSX entrou com pedido na Justiça do Rio de Janeiro para uma segunda recuperação judicial. Na petição, protocolada sábado (20), a empresa de construção naval de Eike Batista alega ter aproximadamente R$ 7,9 bilhões em dívidas.
A primeira RJ da companhia aconteceu entre 2013 e 2020, quando o endividamento era de R$ 5,3 bilhões. Procurada, a OSX disse que não iria comentar.
A empresa é uma das últimas do grupo X que ainda está sob comando de Eike. Agora, ela sofre com cobranças de suas "ex-irmãs", companhias que um dia integraram o rol das companhias de Batista.
Um dos seus maiores credores é a Prumo (ex-LLX). Sem receber seu pagamento, a empresa de logística pede a falência da OSX, que tenta resistir com uma nova recuperação judicial.
Além da paralisação da cobrança dos passivos, a OSX também requer a suspensão da cláusula do contrato com a Porto do Açu (no Rio, controlado pela Prumo) relativa à exclusividade da Prumo para prospectar interessados em explorar a área da OSX.
Entre os credores da companhia também estão a Caixa Econômica Federal, o Banco Votorantim e o Banco Santander Brasil. O novo pedido de RJ ainda não foi analisado pela Justiça do Rio.
"A companhia está acompanhando de perto o assunto, e manterá o mercado devidamente informado sobre qualquer atualização, nos termos da regulamentação em vigor", diz a OSX em comunicado ao mercado neste domingo (21).
Segundo a empresa, sua atuação no Porto do Açu, no norte do Rio de Janeiro, consiste em alugar e desenvolver projetos em lotes de áreas no seu complexo, ofertando espaços licenciados com infraestrutura básica de implantação como energia, água, esgoto, acessos viários, segurança e escritórios.
QUEM É EIKE BATISTA
O mineiro Eike Fuhrken Batista da Silva, 67, foi considerado o sétimo homem mais rico do mundo em 2012 pela revista Forbes com uma fortuna estimada em US$ 34,5 bilhões.
O então dono do conglomerado EBX, que reunia seis companhias de mineração, petróleo, energia, imóveis, logística e turismo listadas na Bolsa de Valores brasileira, viu seu reinado começar a ruir quando foi acusado de superestimar dados das suas empresas que exploravam petróleo.
Os problemas na vida do empresário tiveram início em 2012 quando recebeu autorização do governo brasileiro e decidiu investir nas bacias de exploração do pré-sal.
Na ocasião, a companhia divulgou que a vazão de óleo nos primeiros poços perfurados pela empresa no campo da bacia de Campos era de apenas um terço do esperado pelo mercado, fazendo as ações caírem sucessivamente.
Com a empresa perdendo valor de mercado e não conseguindo honrar suas dívidas, o empresário entrou com um pedido de recuperação judicial. E o desempenho da OGX acabou afetando as outras empresas do grupo EBX.
Em 2015, ele teve seus bens e de familiares bloqueados pela Justiça. Em 2017, o empresário chegou a ser preso após dois doleiros afirmarem que ele pagou propina ao ex-governador Sérgio Cabral em troca de contratos das suas empresas com o governo do Rio de Janeiro. Ele foi solto depois de três meses após fazer um acordo de delação premiada que foi homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2020.
Eike foi condenado duas vezes pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) por uso de informações privilegiadas para lucrar no mercado de ações quando era acionista controlador e presidente do conselho de administração da OGX Petróleo e Gás Participações S.A. e quando era acionista majoritário da empresa OSX.