Dólar recua com alívio em curva de Treasuries e corte de juro na China
A moeda americana chegou a exibir um viés de alta pontual na abertura local, diante das perdas de mais de 5% do minério de ferro na China nesta terça e também a queda perto de 1% no caso do petróleo
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Economia MERCADO-FINANCEIRO
O dólar opera em baixa lá fora e ante o real na manhã desta terça-feira, 20, em meio ao alívio no rendimento curto e médio dos Treasuries na volta do feriado nos EUA. A moeda americana chegou a exibir um viés de alta pontual na abertura local, diante das perdas de mais de 5% do minério de ferro na China nesta terça e também a queda perto de 1% no caso do petróleo.
No entanto, o mercado virou e se ajusta em baixa, após a China cortar juros. O investidor está ainda na expectativa por novidades na cena fiscal e política doméstica.
Na China, o banco central, o PBoC, cortou a taxa de juros de referência de 5 anos no país, para 3,95%, o que foi recebido com certa frustração porque a taxa da LPR de 1 ano ficou inalterada em 3,45% pelo sexto mês seguido.
Sem indicadores na agenda nas próximas horas, o mercado deve acompanhar a reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros e os representantes do governo no Legislativo, para definição da pauta prioritária do Executivo no Congresso (9h). À tarde, o presidente se reúne com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir a desoneração da folha de pagamentos (16h). O governo tenta reonerar gradualmente a folha, mas a medida enfrenta dificuldades no Congresso.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira, 19, que o governo federal vai continuar "perseguindo o déficit zero" proposto pelo novo arcabouço fiscal. No entanto, questionado sobre um "plano B" para lidar com o tema, caso não se consiga atingir a meta, o ministro se esquivou. A Lei Orçamentária Anual de 2024 prevê superávit de R$ 2,8 bilhões neste ano (0% do PIB). Lembrando que em ano eleitoral a pressão por mais gastos pode aumentar.
O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), protocolou nesta segunda-feira um requerimento que obriga o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a convocar na primeira semana de março uma sessão conjunta do Congresso Nacional. O objetivo é derrubar os vetos do presidente Lula ao calendário de emendas da LDO e, possivelmente, ao valor de R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão na Lei Orçamentária Anual (LOA).
O mercado segue descrente no cumprimento da meta fiscal e acha que ela poderá ser alterada em março. No último Boletim Focus, a projeção para déficit primário em 2024 seguia em 0,80% do PIB, mesmo nível de um mês antes.
Também é monitorada a paralisação de 48 horas dos funcionários do Banco Central, nesta terça e na quarta-feira, 21, que provocou novo adiamento da publicação do boletim Focus para quinta-feira, 22, em vez de hoje. Insatisfeitos com as negociações com o Ministério do Planejamento sobre suas reivindicações, os servidores decidiram intensificar o movimento e começaram também um movimento de entrega de cargos comissionados.
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou queda de 0,49% na segunda prévia de fevereiro, após subir 0,33% na mesma leitura de janeiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) mais cedo.
Às 9h40, o dólar à vista caía 0,10%, aos R$ 4,9570. O dólar para março cedia 0,05%, aos R$ 4,9605. O juro da T-Note 2 anos cedia a 4,601%, ante 4,660% no fim da tarde de sexta-feira.
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