Medo do brasileiro de ser demitido está menor este ano, aponta pesquisa da CNI
52% da população afirma ter pouca ou nenhuma preocupação em perder o emprego
© Marcos Santos/USP Imagens
Economia Trabalhadores
O medo de ser demitido está menor entre os brasileiros neste ano, segundo aponta pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento mostra que 52% da população afirma ter pouca ou nenhuma preocupação em perder o emprego. Outros 15% têm medo médio e 31% têm grande medo.
Foram entrevistados 2.012 brasileiros, em todo o Brasil, no mês de fevereiro. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais, com intervalo de confiança de 95%.
Segundo a CNI, em 2018 e 2021, o porcentual da população com grande medo de perder o emprego chegava a 44% dos entrevistados. Em maio de 2020, na pandemia da covid-19, a preocupação excessiva com o desemprego atingia 48% dos brasileiros.
"A percepção da população está relacionada com um mercado de trabalho mais aquecido. Na virada de 2023 para 2024, o desemprego ficou estável e percebemos um aumento das ocupações. Na indústria, o aumento da massa salarial é uma realidade, com impacto, inclusive, nos custos industriais, que subiram 13% no segundo semestre do ano passado", explica o superintendente de Economia, Mário Sérgio Telles.
O levantamento mostra ainda uma relação entre a idade dos entrevistados e a inexistência de medo de perder o emprego. Enquanto apenas 20% dos que têm entre 16 e 24 anos não têm nenhum medo do desemprego, esse porcentual aumenta progressivamente com a idade e chega a 54% entre aqueles que têm 60 anos ou mais.
Com relação ao nível de escolaridade e renda dos entrevistados, 45% dos que ganham mais de cinco salários mínimos não têm nenhum medo de ficar sem emprego. O porcentual cai entre aqueles com menores níveis de escolaridade e atinge 27% entre os que ganham até um salário mínimo.
A pesquisa aponta ainda que o Sudeste é a região com menos medo de desemprego, 37% dos entrevistados não têm nenhum receio. Já nas regiões Norte/Centro-Oeste, 22% dos entrevistados afirmaram não ter nenhum medo de ser desligado do trabalho.