Bolsa segue mercado externo e cai mais de 1,5%; sem BC, dólar recua
O Ibovespa cai, e o dólar também recua, seguindo o movimento da moeda americana perante outras moedas emergentes e sem ação do BC no mercado de câmbio
© Reuters
Economia Mercados
Os mercados globais iniciaram a semana em clima de cautela, com o recuo das commodities e à espera das reuniões de política monetária do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) e do banco central do Japão.
O Ibovespa cai, e o dólar também recua, seguindo o movimento da moeda americana perante outras moedas emergentes e sem ação do BC no mercado de câmbio.
No campo doméstico, os investidores seguem atentos ao andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e a notícias sobre a montagem do virtual governo sob o comando do atual vice-presidente Michel Temer.
O principal índice da Bolsa paulista recuava há pouco 1,58%, aos 52.074 pontos.
Em meio à volatilidade dos preços do petróleo, os papéis da Petrobras caíam 2,76%, a R$ 9,48 (PN) e 3,87%, a R$ 12,40 (ON).
Em Londres, o Brent tinha queda de 0,44%, a US$ 44,91; em Nova York, o WTI perdia 1,17%, a US$ 43,22, com o aumento dos temores quanto ao excesso de oferta mundial.
As ações da Vale perdiam 6,13%, a R$ 14,37 (PNA) e 5,32%, a R$ 18,30 (ON), reagindo à segunda queda seguida do minério de ferro na China.
Entre as siderúrgicas, CSN ON perdia 7,91%; Gerdau PN, -6,18% e Usiminas PNA, -8,46%. Sobre a Usiminas, a companhia reportou prejuízo líquido de R$ 151 milhões de janeiro a março, 36% abaixo do resultado negativo de um ano antes, apesar da queda de cerca de 25% nas vendas de aço ante o final de 2015.
No setor financeiro, Itaú Unibanco PN perdia 0,85%; Bradesco PN, -2,23%; Banco do Brasil ON, -2,35%; Santander unit, -1,67% e BM&FBovespa ON, -1,53%.
CÂMBIO E JUROS
O dólar perde terreno ante as principais moedas, inclusive emergentes. No Brasil, sem ação do Banco Central, a moeda americana à vista recuava 0,92%, a R$ 3,547 e o dólar comercial perdia 0,64%, a R$ 3,549.
O BC não anunciou para esta sessão leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólar pela autoridade monetária.
Segundo analistas, com a ausência no mercado de câmbio nesta segunda-feira, o BC confirma a sinalização de que o dólar entre R$ 3,50 e R$ 3,60 está em um patamar "confortável".
Na semana em que o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC se reúne, os juros futuros operam em queda. O contrato de DI para janeiro de 2017 caía de 13,520% na véspera pra 13,485%, enquanto o DI para janeiro de 2021 caía de 12,900% para 12,750%.
O boletim Focus, divulgado nesta manhã pela autoridade monetária, mostrou queda nas estimativas para a taxa básica de juros (Selic) neste e no próximo ano.
Mas, para o anúncio desta quarta-feira (27), o mercado espera que o Copom mantenha a Selic estável em 14,25% ao ano.
"Por mais que não se esperem mudanças em taxas de juros, a sinalização das autoridades monetárias será fundamental para a calibragem das apostas futuras e com impacto importante na realocação de ativos de risco para o restante do ano", escreve a equipe de análise da Lerosa Investimentos, em relação às decisões de política monetária desta semana (Fed, BC do Japão e Copom).
O Fed anuncia sua decisão sobre os juros americanos também na quarta-feira (27) e o BC japonês se reúne na quinta-feira (28).
O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, avançava 0,58% há pouco, para 360,977 pontos.
EXTERIOR
Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones perdia 0,79%, o S&P 500, -0,61% e Nasdaq, -0,51%.
Na Europa, as Bolsas também operavam majoritariamente no terreno negativo. Os índices acionários na Ásia também recuaram.