Airbus e Boeing disputam empresa que fabricou peça de avião que se soltou em pleno voo
Segundo a Bloomberg, a proposta da Boeing sugere que o valor de mercado da Spirit seria de US$ 4,1 bilhões (R$ 22,2 bilhões)
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Economia Aviação
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Concorrentes na fabricação de aviões, Airbus e Boeing estão disputando quem comprará a Spirit AeroSystems, empresa que ficou conhecida por fabricar a tampa da porta de avião que se soltou em pleno voo em janeiro deste ano.
A agência de notícias Reuters informou nesta terça-feira (25) que a Airbus fez uma proposta e está perto de concluir a aquisição total ou de parte da empresa. Ao mesmo tempo, a agência Bloomberg divulgou que a Boeing também fez uma oferta que está sendo avaliada pela Spirit.
A Boeing teria oferecido US$ 35 por ação e o acordo seria feito com base nos papéis negociados na Bolsa, informou a Bloomberg. A proposta altera o plano inicial da Boeing, que seria fazer uma oferta em dinheiro.
A Spirit e a Boeing têm uma relação próxima, já que a Spirit era subsidiária da Boeing até 2005. Depois disso, a empresa passou a ser uma das fabricantes de peças usadas pela Boeing. Uma delas quase resultou em um acidente em janeiro deste ano, quando a tampa da porta se soltou do Boeing 737 Max 9, que realizava um voo da Alaska Airlines. Ninguém ficou ferido no incidente, mas o acontecimento gerou uma investigação da FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA).
Segundo a Bloomberg, a proposta da Boeing sugere que o valor de mercado da Spirit seria de US$ 4,1 bilhões (R$ 22,2 bilhões). A intenção da Boeing é ter um maior controle sobre a qualidade de fabricação das peças usadas em suas aeronaves.
Porém, a Airbus também está negociando a compra da Spirit e, segundo a Reuters, as partes estão próximas de um acordo. Os valores não foram divulgados, mas a oferta envolveria as fábricas nos EUA (em Kansas e em Oklahoma), na Malásia, na Escócia, na França e em Marrocos.
Procurada pelas duas agências, a Spirit não comentou sobre as negociações, assim como a Boeing e a Airbus.
Com informações da Reuters e da Bloomberg