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Haddad diz que não mudou meta fiscal de 2025: 'tivemos derrota no Congresso de R$ 40 bi'

"Temos projeto (para o País), ele pode dar certo com tudo que estamos vendo, ele pode dar certo. As pessoas precisam concorrer para que ele dê certo", defendeu Haddad

Haddad diz que não mudou meta fiscal de 2025: 'tivemos derrota no Congresso de R$ 40 bi'
Notícias ao Minuto Brasil

07:40 - 17/09/24 por Estadao Conteudo

Economia Governo Lula

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 16, que não tem intenção de mudar a meta fiscal do governo. Ele reiterou que a alteração do alvo de resultado primário em 2025 - de um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 0% em 2025 - é reflexo de uma derrota de R$ 40 bilhões no Congresso Nacional.

 

"Não tenho intenção (de mudar meta). Quando as pessoas falam 'você mudou a meta do ano que vem', não foi isso que aconteceu. Nós tivemos uma derrota no Congresso Nacional, uma derrota importante de R$ 40 bilhões. Uma coisa é fechar os olhos para essa derrota, não fingir que ela existe e ficar enganando a sociedade. Outra coisa é 'olha, tenho uma meta, mas resultado não consigo perseguir se não houver harmonização dos Poderes'", afirmou o ministro durante evento promovido pelo Valor Econômico.

Apesar dessa derrota, ele reiterou que tem ocorrido uma harmonização entre os Poderes, já que o Congresso aprovou diversas medidas enviadas pela equipe econômica, mesmo com alterações. Ele afirmou que a Fazenda conhece os gargalos e desafios, mas tenta construir as soluções pelo caminho da política.

"Temos projeto (para o País), ele pode dar certo com tudo que estamos vendo, ele pode dar certo. As pessoas precisam concorrer para que ele dê certo", defendeu Haddad.

Regra expansionista

Haddad negou que o arcabouço fiscal seja uma regra expansionista. "Não penso que o arcabouço seja expansionista, penso que inteligentemente introduziu na legislação brasileira cláusulas anticíclicas, o que era um problema da Lei de Responsabilidade Fiscal [LRF]", disse o ministro durante o evento. Ele observou que as despesas, pelas regras da LRF, despencavam em ciclos de retração econômica. "A LRF tinha essa deficiência. O que fizemos foi corrigir isso."

O ministro salientou, no entanto, que o Executivo não é único poder da República, de modo que é preciso um trabalho pedagógico para que os demais poderes entendam que os limites do arcabouço valem para todos. Ao mencionar a "tese do século", que trata da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e Cofins, Haddad disse que o Judiciário tomou medidas que acarretaram a expansão da dívida pública em 10% do Produto Interno Bruto (PIB).

Além disso, o ministro voltou a dizer que, não fosse a desoneração da folha de pagamentos, cuja manutenção foi defendida pelo Legislativo, o País chegaria ao fim deste ano com equilíbrio fiscal. "Não estaríamos discutindo a questão fiscal."

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