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'Carta foi muito fraca', diz Lira sobre posicionamento do Carrefour

"A carta ficou muito fraca, dado o estrago de imagem que produziu", disse Lira, em encontro realizado na sede da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em Brasília.

'Carta foi muito fraca', diz Lira sobre posicionamento do Carrefour
Notícias ao Minuto Brasil

26/11/24 17:36 ‧ Há 8 Horas por Folhapress

Política ARTHUR-LIRA

ANDRÉ BORGES
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que a resposta dada pelo presidente mundial do Grupo Carrefour, Alexandre Bompard, ao agronegócio brasileiro após boicote contra a empresa ficou abaixo do esperado.

 

"A carta ficou muito fraca, dado o estrago de imagem que produziu", disse Lira, em encontro realizado na sede da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em Brasília.

O posicionamento do Carrefour ocorreu seis dias após o CEO publicar um comunicado nas redes sociais em que anunciava que as lojas francesas não comprariam mais carne vinda do Mercosul, diante do "risco de inundar o mercado francês com uma produção de carne que não respeita suas exigências e normas". A publicação provocou boicote de produtores brasileiros à empresa.

O presidente da Câmara confirmou que vai requerer urgência para votação do Projeto de Lei da Reciprocidade Ambiental, como está sendo chamado o PL 1406/2024, que tramita na Câmara. Lira disse que o Congresso vai dar a sua "resposta" ao executivo Alexandre Bompard.

Lira confirmou que o deputado Zé Vitor (PL-MG) será relator do PL 1406 na Câmara, e que este deve ser apensado, posteriormente, a outro projeto de lei que trata do assunto no Senado, o PL 2088/23, de autoria do senador Zequinha Marinho (PL-PA).

À reportagem, Zé Vitor disse que o caso terá sua urgência votada nos próximos dias e que o PL será votado pelo plenário ainda neste ano. "Será neste ano. Vamos trabalhar junto do Senado, de forma coordenada", comentou.

Com o projeto de lei, o Congresso pretende impor o mesmo nível de restrição ambiental que seu parceiro comercial imponha ao Brasil. Ainda não foi detalhado como isso ocorreria e que possíveis efeitos poderia ter, inclusive, sobre grandes parceiros comerciais do Brasil.

"Esse protecionismo é burro. A França não é um parceiro atraente para o Brasil, mas o estrago na imagem é enorme", disse Lira, em referência às declarações do presidente do Grupo Carrefour.

Arthur Lira chegou a citar a possibilidade de convocar o ministro do Itamaraty, Mauro Vieira, para dar informações detalhadas sobre as relações comerciais que o Brasil mantém com a França e os acordos entre os dois países.

"As respostas, a gente tem que dar no dia a dia, na preservação do produtor brasileiro. O Congresso vai dar a sua contribuição. Vamos enfrentar essa luta, sem arredar", disse Lira, mencionando, ainda, preocupação com a pressão que os produtores rurais devem sofrer em relação à COP30, que acontecerá no Brasil, em 2025.

Ex-ministra da Agricultura, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) também disparou críticas contra o grupo francês e disse que o pedido de desculpas feito ao ministério nesta terça-feira não é suficiente.

"Se o governo aceitou isso, nós não aceitamos. Foi um pedido tímido frente ao estrago que causou na imagem", disse a senadora à reportagem.

Durante o encontro na FPA, Tereza disse que a declaração de Alexandre Bompard foi "injusta, completamente descabida e infeliz".

"A resposta brasileira foi boa. Mas essa desculpa não pode ser recebida de bom grado. Ela é protocolar, não é uma desculpa de fato", afirmou. "A resposta é muito pequena em relação ao dano que causou as imagens dos produtos brasileiros. Fiz um requerimento, um convite para que o embaixador francês dê explicações."

Além do Carrefour, os parlamentares criticaram declarações já feitas pelas companhias francesas Danone e Tereos, sobre as relações comerciais com o Brasil.

Presidente da FPA, o deputado Pedro Lupion (PP-PR) disse que o presidente do Carrefour decidiu recorrer à "lacração para falar para os seus", desrespeitando os produtores brasileiros.

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