Serra diz que juros vão cair nos próximos meses
Segundo ele, isso ocorrerá diante da evolução na situação no Brasil, especialmente com a retração da inflação
© Ueslei Marcelino / Reuters
Economia Baixa
O ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse neste domingo (16) em Goa, na Índia, onde participou com o presidente Michel Temer da cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que haverá redução de juros no país nos próximos meses.
Segundo ele, isso ocorrerá diante da evolução na situação no Brasil, especialmente com a retração da inflação.
"Acho que cabe, sim, reduzir os juros nos próximos meses. Vai acontecer isso, dada as condições atuais de retração da inflação, e, inclusive em alguns casos, como o da Petrobras, de redução de preços", afirmou.
Serra insistiu que a prioridade agora é atrair investimentos -o que ficou bastante evidente durante a participação do governo brasileiro na cúpula.
"Fixada uma rota para o equilíbrio fiscal, que é o que o governo está adotando agora, a recuperação da área social, que foi muito estragada pela contração da economia, temos que atrair investimentos, que é o que vai gerar mais empregos, mais receitas governamentais", afirmou.
Como exemplo desse esforço, ele citou o acordo de cooperação e facilitação de investimento, que será assinado com a Índia nesta segunda-feira (17), durante uma reunião bilateral entre Michel Temer e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
Serra disse ainda que as expectativas internas e externas são uma condição para o investimento -e que a proposta de emenda à Constituição que coloca um teto nos gastos federais pelos próximos 20 anos, e que foi aprovada em primeiro turno na Câmara na última semana, ajuda a melhorar esse cenário.
"Mas elas [as expectativas] por si só não bastam. É preciso se ter outras condições, inclusive de financiamento, de abertura de comércio, para que haja crescimento e aí se consiga o equilíbrio."
'MENSAGEM DE ABERTURA'
Serra disse que a grande quantidade de viagens internacionais feitas por Temer desde que assumiu, de fato, a Presidência, em 31 de agosto, tendem a passar uma "mensagem da abertura política e econômica do Brasil".
"São questões simbólicas, mas que têm uma importância enorme, inclusive do ponto de vista de investimento de oportunidade do empresariado", afirmou, acrescentando que as viagens aumentam o peso do Brasil na economia e na política internacional.
"Boa parte da credibilidade vem do conhecimento. É importante que se saiba o que está se fazendo, as possibilidades, as intenções."