Ações de bancos recuam com Operação Zelotes
Papéis do setor financeiro reagem à deflagração da 8ª fase da Operação Zelotes da Polícia Federal, que revistou as instalações do Itaú Unibanco
© Reuters
Economia bolsa em queda
As ações de bancos operam em forte queda nesta quinta-feira (1), e pesam no Ibovespa, que recua cerca de 1,6%. O dólar sobe mais de 1%, com a maior aversão ao risco local.
Segundo operadores, os papéis do setor financeiro reagem à deflagração da 8ª fase da Operação Zelotes da Polícia Federal, que revistou as instalações do Itaú Unibanco. A Zelotes investiga suspeitas de manipulação de julgamentos no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais).
As ações preferenciais do Itaú Unibanco perdiam 2,79%; Bradesco PN, -3,76%; Bradesco ON, -3,56%; Banco do Brasil ON, -2,10%; e Santander unit, -3,58%. Ainda no setor financeiro, BM&FBovespa recuavam 3,13%.
O Ibovespa caía 1,66%, aos 60.877,42 pontos. Já o dólar à vista avançava 1,15%, a R$ 3,4319, enquanto o dólar comercial ganhava 1,41%, a R$ 3,4350. O real tem a maior desvalorização mundial nesta sessão.
Batizada de caso Boston, a etapa tem 34 mandados sendo cumpridos, com 13 de condução coercitiva e 21 de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Segundo nota enviada pela PF, esta fase "aponta a existência, entre os anos de 2006 e 2015, de conluio entre um conselheiro do Carf e uma instituição financeira. O esquema criminoso envolvia escritórios de advocacia e empresas de consultoria".
O Itaú Unibanco confirmou que suas instalações foram revistadas pela PF, que buscava documentos relativos a processos tributários do BankBoston.
Em nota, o Itaú diz que o acordo de compra das operações do BankBoston no Brasil não "abrangeu a transferência, para o Itaú, dos processos tributários do BankBoston".
As ações preferenciais da Petrobras subiam 1,25% e as ordinárias avançavam 0,06%, beneficiadas pelo alta do petróleo no mercado internacional. Os papéis da Vale ganhavam 3,91% (PNA) e 6,12% (ON), após o avanço de quase 9% do preço do minério de ferro na China.
JUROS
O mercado de juros futuros opera em alta, um dia após o Banco Central ter reduzido a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, para 13,75% ao ano. Os contratos refletem a forte alta do dólar. O contrato de DI para janeiro de 2017 sobe de 13,599% para 13,631%; o contrato de DI para janeiro de 2018 avança de 12,060% para 12,150%; e o contrato de DI para janeiro de 2021 acelera de 11,760% para 11,940%.
O CDS (credit defautl swap) de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, avançava 2,49%, aos 304,701 pontos. Com informações da Folhapress.