Na véspera de Natal, Rua 25 de Março tem movimento tranquilo
Balanço das vendas divulgado pela Associação Comercial indicou queda de 7,2% no movimento do varejo na primeira quinzena de dezembro
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A Rua 25 de Março, ponto de comércio popular da capital paulista, tinha movimento tranquilo hoje (24), véspera de Natal. Consumidores carregavam presentes de última hora e produtos para compor a ceia.
O fato da véspera da festa ter caído em um sábado, este ano, contribuiu para o movimento abaixo da média para a data, na opinião de David Jefferson, encarregado dos Armarinhos Fernando. “A gente já esperava que hoje ia ser um pouco mais fraco, por ser sábado. Acho que o pessoal está viajando, também. Muita gente antecipou as compras”, disse.
Crise
Com pacotes nas duas mãos, o padeiro Douglas Fernandes (24 anos) levava lembranças para o filho e os sobrinhos. Apesar dos pacotes, ele disse que precisou controlar os gastos. “Este ano tem que dar uma seguradinha. "Minha profissão é muito de combinar o salário com o patrão. Então, os patrões estão dando uma segurada”, disse.
Fernandes disse acreditar que a crise forçou os comerciantes a ampliarem as promoções. “Os preços estão melhor do que no ano passado, porque eles sabem que se não abaixassem o preço, não iam vender”, ressaltou.
Dora Neide Tavares (53 anos) pensa diferente. “Este ano foi bem mais difícil. Tudo bem mais caro, tanto a parte da ceia, como os presentes”, queixou-se a empresária, que levava produtos para a ceia de Natal. Ela teve que fazer ajustes para se adequar ao orçamento. “Troquei os ingredientes e diminuí a quantidade. Este ano, tirei o pernil e deixei só um peru. E diminuí a quantidade de frutas secas. Mas vai ser uma ceia recheada e gostosa. O importante é a gente reunir a família e ter paz.”
Queda nas vendas
O balanço das vendas divulgado pela Associação Comercial de São Paulo, no último dia 16, indicou uma queda de 7,2% no movimento do varejo paulistano na primeira quinzena de dezembro, em comparação com o mesmo período de 2015. As vendas à vista caíram 9,8% e a comercialização a prazo diminuíram para 4,6%.
No entanto, a sondagem divulgada pela Federação do Comércio de São Paulo, na última quinta-feira (22), mostrava que parte dos empresários continuava otimista. A pesquisa, que ouviu 100 lojistas, entre os dias 15 e 19 de dezembro, indicou que, na média, era esperado um crescimento de 3% nas vendas para o Natal deste ano.
Os dados mostram ainda que 50% dos empresários estão fazendo algum tipo de promoção para melhorar as vendas, focando principalmente nos descontos especiais (68%). Com informações da Agência Brasil.
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