A crise da Venezuela fez com que novas oportunidades de negócio emergissem no país. Isso quer dizer que alguns poucos empreendedores ainda conseguem se manter em um local onde a inflação registrada em 2016 foi de 800%, enquanto o produto interno bruto (PIB) recuou 18,6%.

A redução das importações de produtos amplamente consumidos pela população, por exemplo, fez com que itens de origem local ganhassem espaço. Os empresários enxergaram a oportunidade na crise e tiveram que se reinventar.

A BBC fez uma lista de quatro setores que têm crescido na Venezuela apesar da crise ou mesmo por conta dela. Confira:

1. Produção de rum: a Venezuela deixou o posto de um dos principais importadores de uísque escocês para produtor de bebida destilada, especialmente o rum. A bebida ganhou novas categorias premium e status e aumentou a sua exportação.

2. Ascensão de pequenas empresas: os produtos tradicionalmente consumidos no país ficaram muito caros, dando espaço a empresas menores. A fabricante de produtos de limpeza Fácil Química, por exemplo, desbancou os concorrentes internacionais como a Procter&Gamble e a Unilever.

A marca Clic, detentora da Fácil Química, no entanto, teve que se reinventar para dominar o mercado. O presidente da empresa, Tony León, contou à reportagem que diante da dificuldade de empacotar os seus produtos, a empresa desenvolveu uma máquina que permite ao consumidor reutilizar recipientes, o que permite que o preço caia ainda mais, além de colaborar com a preservação do meio ambiente.

"Usamos a crise de uma maneira muito positiva. Foi ela que nos obrigou a inovar", diz León.

3. Produção de cerveja artesanal: há entre 20 e 25 marcas artesanais de cerveja na Venezuela e, tirando cinco ou seis delas, todas são realmente pequenas. Os venezuelanos sempre tiveram apresso por marcas europeias e norte-americanas.

4. Bitcoin: a moeda digital, criada em 2008, não tem um sistema centralizado de controle de trocas comerciais, mas têm um valor de cotação sobre as moedas utilizadas no mundo real. Atualmente, a geração dessa moeda ganha cada vez mais adeptos.

Em 2014, um bitcoin era equivalente a 40 mil bolívares. Agora, ele é negociado a 3,2 milhões. Um investimento e tanto para os visionários.

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