BC: mesmo com crise da carne, superávit comercial deve crescer 15,9%
Em 2016, o Brasil teve superávit comercial de US$ 45 bilhões
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Economia Comex
Mesmo diante das primeiras consequências negativas da Operação Carne Fraca, o Banco Central está otimista com os rumos do comércio exterior e aumentou a previsão de superávit comercial em 2017 em 15,9%. Projeção apresentada mais cedo indica a expectativa do BC de saldo comercial positivo de US$ 51 bilhões neste ano, valor maior que a previsão anterior de US$ 44 bilhões. Em 2016, o Brasil teve superávit comercial de US$ 45 bilhões.
Novos números apresentados pelo BC nesta sexta-feira, 24, indicam a expectativa de que o Brasil exportará US$ 200 bilhões neste ano. O valor é maior que a estimativa anterior - de US$ 195 bilhões anunciada em dezembro de 2016 - e indica elevação de US$ 15,5 bilhões na comparação com o resultado efetivo do ano passado.
O chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, explicou que o aumento das exportações é explicado especialmente pela alta do preço das commodities. "Os termos de troca do País aumentaram 20% em fevereiro de 2017 na comparação com um ano atrás. Esse ganho de preço se traduz em aumento do valor exportado", disse, ao comentar que também há aumento de volumes exportados, mas o efeito preço se sobrepõe.
Questionado sobre a precisão das projeções após a crise no setor da carne, Rocha explicou que "em termos qualitativos, essa operação (Carne Fraca) não modifica as projeções do balanço de pagamento". O técnico explicou que o BC prevê exportações de US$ 200 bilhões para o ano e o total de exportações da carne e derivados no ano passado não alcançou nem US$ 12 bilhões. "Trata-se de um setor relevante, mas a pauta brasileira de vendas ao exterior é variada. Então, essas operações não impactam qualitativamente a projeções feitas pelo BC".
Sobre as importações, a previsão do BC para o ano foi na direção contrária e caiu. Com a economia ainda tentando deixar a recessão, a expectativa do total importado pelo Brasil caiu de US$ 151 bilhões para US$ 149 bilhões. Apesar da retração, Fernando Rocha preferiu destacar que, se confirmada, a nova previsão indica aumento na comparação com 2016, quando o Brasil importou US$ 139,4 bilhões.