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UE aceita empréstimo de 400 mi de euros para salvar Alitalia

Segundo ministro, dinheiro será dado pelo governo italiano

UE aceita empréstimo de 400 mi de euros para salvar Alitalia
Notícias ao Minuto Brasil

18:16 - 27/04/17 por Ansa

Economia Falência

O ministro do Desenvolvimento Econômico da Itália, Carlo Calenda, anunciou nesta quinta-feira (27) que a União Europeia autorizou o governo a fazer um empréstimo-ponte de 400 milhões de euros para a Alitalia, que passa por uma grave crise financeira e corre o risco de entrar em falência.

A declaração foi dada durante entrevista a um programa da emissora "LA7". Perguntado pela apresentadora se Bruxelas já havia dado aval à operação, Calenda respondeu: "Sim, com certeza". Segundo ele, a condição imposta pela UE é que se faça um trabalho para "vender" a maior companhia aérea da Itália.

O empréstimo-ponte de 400 milhões de euros servirá para sanar a situação financeira da Alitalia e tornar a empresa mais atrativa para eventuais compradores. O governo italiano reaverá o dinheiro do empréstimo quando a possível aquisição for efetuada.

"Para um empréstimo-ponte de cerca de 400 milhões de euros, a condição é que se faça um trabalho de venda", explicou o ministro - a UE impõe diversas restrições a ajudas estatais para empresas privadas, já que isso poderia prejudicar a competição dentro do bloco.

Em 2016, a Alitalia registrou prejuízo de 400 milhões de euros, e estima-se que a companhia só tenha liquidez para até a metade de maio. Até o momento, nenhuma empresa mostrou interesse em comprar o grupo italiano, o terceiro maior do setor aéreo na União Europeia e que tem 12,5 mil funcionários.

Assim que receber um pedido formal da Alitalia, o governo deve nomear de um a três comissários para administrá-la até que seu futuro seja definido. Até então, havia duas hipóteses: manter a companhia em sua configuração atual ou vendê-la. Com o empréstimo-ponte, a segunda opção deve passar a ser a única carta na mesa.

Caso não encontrem compradores para a Alitalia ou não consigam recuperá-la, os comissários devem decretar sua falência. Ao menos por enquanto, a empresa continua operando normalmente, inclusive seus voos diretos para o Brasil.

Crise

Ex-companhia aérea de bandeira, a Alitalia foi privatizada nas últimas décadas e é comandada atualmente pela holding Compagnia Aerea Italiana (CAI), que detém 51% de seu capital, e pela Etihad, dona dos 49% restantes.

A segunda principal acionista da CAI é a empresa pública de correios Poste Italiane, com quase 19,48% de participação na holding, atrás apenas do banco privado Intesa Sanpaolo (20,59%).

A estatal entrou na operação da Alitalia em 2014, como parte de uma operação de resgate. Uma eventual quebra poderia ter repercussões negativas sobre o governo italiano, que ainda luta para tirar o país da crise e para reduzir seus elevados índices de desemprego, principalmente entre os jovens.

Em 2008, a Alitalia esteve para ser vendida para o grupo franco-holandês Air France-KLM, mas a operação foi bloqueada pelo então primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que reuniu um pool de empresas italianas (a CAI) para comprá-la. Apesar disso, a CAI tinha como parceira a própria Air France, que controlava 25% da Alitalia. Contudo, nos anos seguintes, as firmas em questão não foram capazes de realizar os investimentos para levantar a companhia aérea.

Entre 2013 e 2014, a Alitalia ficou à beira da falência, porém foi salva por uma injeção de capital da Etihad, que passou a ter 49% de suas ações e prometeu recuperá-la. No entanto, a empresa italiana sofreu prejuízo de 400 milhões de euros em 2016, um resultado que é fruto de sua estratégia de apostar nas rotas de curta e média distância - menos lucrativas -, deixando de lado os trechos longos.

Além disso, a Alitalia não possui alianças com nenhuma outra grande companhia aérea europeia, o que dificulta a competição internacional contra grupos como Air France-KLM e Lufthansa. (ANSA)

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