Arthur Maia: placar na comissão é exatamente o que se esperava
Segundo ele, o resultado no colegiado mostra a unidade da base
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Economia Relator
Em clima de comemoração pela vitória na votação do texto-base da reforma da Previdência na comissão especial, o relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), afirmou que o placar de 23 votos a 14 era "exatamente o que se esperava".
Segundo ele, o resultado no colegiado mostra a unidade da base. O relator disse ainda ter certeza da aprovação da proposta no plenário da Câmara dos Deputados e admitiu que, durante esse processo, pode haver mais mudanças no texto, ainda que "não significativas".
"A negociação no plenário não começa do zero. Se houver modificação no plenário, não será significativa", disse o relator. "O que está no parecer não deve ser muito alterado", reforçou.
Oliveira Maia lembrou ainda que é mais difícil fazer alterações no texto de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no plenário, uma vez que o relator não pode apresentar de forma monocrática um substitutivo. As mudanças têm de ser votadas uma a uma por meio de destaques.
O relator disse ainda que não viu muitas dissidências entre os partidos da base aliada do governo. "Dos partidos que encaminharam 'sim' na comissão, esses votos são suficientes para aprovar no plenário", afirmou. Entre os integrantes da base, PSB, Solidariedade, PHS e PROS orientaram contra o texto.
O relator, no entanto, não arriscou nenhuma data para a votação da proposta no plenário da Câmara. Ele disse apenas que a definição do calendário cabe ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O governo hoje não tem os 308 votos necessários para aprovar a mudança constitucional, mas tem confiança de que conseguirá os votos. No entanto, precisa de tempo hábil para ganhar apoios e já admite que a proposta será levada a plenário só no fim de maio. Enquanto isso, o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) prometeu convocar as ruas. "Quanto mais tempo o governo demorar para votar, menos votos terá", disse.
Comunicação
A partir de agora, o relator disse que o governo precisa "ter capacidade de mostrar o que foi modificado". A melhoria na comunicação com a população é considerado ponto crucial, principalmente para deixar os deputados "mais confortáveis" para votar a favor da reforma, destacou Oliveira Maia.
O relator defendeu o parecer apresentado e disse que o texto compatibiliza a necessidade de ajuste fiscal com a realidade socioeconômica do País. "Tive de fazer um ato de recuo em relação a agentes penitenciários", admitiu Oliveira Maia. Ele justificou que recebeu muitos protestos de parlamentares contra a inclusão da categoria nas aposentadorias especiais.
O deputado também disparou críticas contra os deputados contrários à reforma. Logo após a aprovação do texto-base, eles começaram a gritar "traidor, pode esperar, a sua hora vai chegar" e "fora, Temer". "A oposição milita contra o Brasil", rebateu o relator. Com informações do Estadão Conteúdo.