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Com crise, economistas já preveem corte menor para taxa básica de juros

Já há quem diga que o Banco Central deve optar por um corte de apenas 0,75 ponto percentual na próxima reunião

Com crise, economistas já preveem corte menor para taxa básica de juros
Notícias ao Minuto Brasil

19:28 - 18/05/17 por Folhapress

Economia Política Monetária

Nem bem a leva de economistas mais resistentes se dobrou às projeções da maioria e passou a contar com um corte na taxa básica de juros (Selic) de 1,25 ponto percentual, o tsunami que atingiu o governo mexe novamente com as previsões para os juros no país.

Já há quem diga que o Banco Central deve optar por um corte de apenas 0,75 ponto percentual na próxima reunião, no fim de maio -metade do que chegaram a esperar os mais otimistas.

Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos, diz que é bem provável que o corte de 1,25 ponto percentual não se realize porque a previsão se ancorava tanto na alta probabilidade de a reforma da Previdência fosse votada no início de junho quanto em um câmbio relativamente estável.

As expectativas de inflação, lembra ela, são muito influenciadas pelo câmbio, cuja trajetória agora é bastante incerta. "E a única certeza que dá para ter neste momento é que a reforma não será votada quando se esperava".

Jorge Simino, diretor de investimentos da Funcesp, fundo de pensão com R$ 27 bilhões sob gestão, avalia ser possível que a autoridade monetária opte por um corte menor, de 1 ponto percentual, no fim de maio. "Quem apostou em 1,5 ponto está fora do jogo e certamente vai arcar com prejuízo", diz.

Lucas Marins, analista da Ativa Investimentos, concorda e vai além. Marins não descarta a possibilidade de o BC esperar o cenário ficar mais claro para só depois definir que atitude tomar. "Quem se posicionou apostando que o BC ia cortar 1,25 ou 1,50 ponto percentual pode ter perdido dinheiro".

Já o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves, avalia que há uma posição de cautela e, ao longo de duas semanas, se tiver um sinal de mudança rápida, sem grandes desgastes, é possível que o recado seja mais moderado e que haja um corte na Selic entre 75 pontos e 100 pontos.

TESOURO

Os títulos públicos negociados na plataforma do Tesouro Direto voltaram para patamares de remuneração oferecidos em dezembro do ano passado. Naquela época, o presidente Michel Temer tinha acabado de apresentar sua proposta de reforma da Previdência e medidas de estímulo à economia, como a liberação do saque das contas inativas do FGTS.

O Banco Central ainda cortava de forma modesta a taxa básica de juros da economia.

A remuneração do Tesouro IPCA + (que paga a inflação e mais uma taxa de juros) com vencimento em 2024 saltou de 4,99% a 6,01%. O contrato com vencimento em 2035 podia ser comprado com remuneração de 5,97%. O Tesouro Prefixado 2020 voltou a ser negociado com remuneração acima de 10% ao ano, o que não ocorria desde o final de fevereiro. Com informações da Folhapress.

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